O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, chamou o distanciamento social decretado por governos estaduais e municipais para conter o avanço do novo coronavírus de “a maior imbecilidade da história da humanidade” no seu Twitter, na noite desta segunda (23).
O presidente da Fundação Palmares então pede que o confinamento seja imediatamente suspenso e limitado aos que pertencem ao grupo de risco, isto é, pessoas com mais de 60 anos, com doenças crônicas e transplantados. “Ao trabalho, brasileiros!”, conclui Camargo.
A medida de isolamento social da população é uma das mais recomendadas pelos especialistas para conter a disseminação da doença até a criação de uma vacina. É ela que vem guiando a ação de uma série de governos no país e internacionalmente.
Nomeado pelo ex-secretário da Cultura Roberto Alvim em novembro, Camargo ficou conhecido por ter sido uma escolha controversa para o cargo que agora ocupa por suas opiniões sobre o racismo no país e sobre o ativismo negro.
Autodefinido como “negro de direita”, ele já afirmou, nas redes sociais, que o Brasil tem “racismo Nutella” e que “racismo real existe nos EUA”. Também escreveu que a escravidão foi terrível “mas benéfica para os descendentes” e que “negros do Brasil vivem melhor que os negros da África”.
As opiniões de Camargo geraram reação da comunidade negra e mesmo dentro da ala mais moderada da Secretaria Especial da Cultura.
Em dezembro, a Justiça acatou uma ação civil que pedia a suspensão de sua nomeação, mas a decisão foi revertida pelo Superior Tribunal de Justiça.