Temendo privatização, funcionários dos Correios no Acre vão aderir greve nacional

Os 300 servidores da empresa Correios e Telégrafos no Acre vão aderir a greve nacional a partir do próximo dia 18 de março, informou a presidente do Sindicato da categoria no Estado, Suzy Cristiny da Costa Amim. Outras categorias também devem aderir ao movimento, que vai protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e exigir respeito aos princípios democráticos, além de se manifestar contra a privatização de empresas como o Correios, fundada no país há 350 anos.

A pauta dos servidores do Acre não é diferente dos trabalhadores em nível nacional. A empresa que controla os Correios está ameaçada de privatização desde que o ministro da Economia, Paulo Guedes, a indicou como uma das integrantes da lista das privatizações. Atualmente, os trabalhadores da companhia alegam que vêm sofrendo ataques para facilitar esse processo, como a destruição do plano de saúde da categoria e o aumento do repasse do funcionário para o plano. Eles se queixam ainda do longo período sem concurso público e do aumento no número de terceirizados, afirmando que, ainda assim, a quantidade de pessoal não é suficiente para dar conta do alto volume de serviços.

De acordo com Suzy Cristiny, em busca de facilidades para a privatização, a direção dos Correios, em nível nacional, vem pressionando para reduzir o corpo funcional da empresa em pelo menos 50 por cento – os trabalhadores dos Correios no Brasil somam 93 mil. De acordo com a sindicalista, os trabalhadores dos Correios vêm atuando junto ao Congresso para conscientizar deputados e senadores da importância de se manter os Correios como uma empresa estatal, citando seu papel social e seu poder de integração, como ocorreu na distribuição gratuita de donativos a pessoas afetadas pelas recentes chuvas que devastaram regiões de Minas Gerais e do Espírito Santo, por exemplo.

“Isso mostra que os Correios podem ajudar muito ao país”, disse a sindicalista. “Podemos melhorar muito a vida das pessoas, levando-as a ter acesso a tudo que o governo oferece, como outros programas do governo federal, como entrega de medicamentos e outras políticas sociais que o governo tem insistido em diminuir. Os Correios poderiam fazer esse papel. A empresa é muito importante para o país”, disse Suzy.

No Acre, segundo ela, a empresa vem sofrendo um desmonte sistemático faz tempo. Pelo menos 50 servidores deixaram a empresa – aposentados, transferência e não houve reposição desta mão de obra porque os Correios há muito não realiza novos concursos.

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