“Desmatamento para nós é sinônimo de progresso”, diz pecuarista do Acre

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac), Assuero Doca Veronez, disse que o Acre possui as melhores terras do Brasil, porém enfrenta um “problema”: a floresta. A declaração polêmica foi dada em entrevista a uma reportagem do portal O Eco veiculada em março.

“Desmatamento para nós é sinônimo de progresso, por mais que isso possa chocar as pessoas. O Acre não tem minério, não tem potencial turístico, o que tem são as melhores terras do Brasil. Só que esta terra tem um problema, uma floresta em cima”, disse.

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Veronez é idealizador da Amacro, projeto inspirado no Matopiba – região que abrange áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e cujo nome é formado pelas sílabas iniciais desses estados. Segundo a reportagem, aquela área se tornou “a mais nova frente de expansão da fronteira agrícola brasileira” e registra grande índices de desmatamento.

Já a Amacro abarcaria o sul do Amazonas, parte do Acre – inclusive Rio Branco -, e o norte de Rondônia. As cidades que integrariam a região totalizam 12% da área somada das três unidades da federação, representam 30% do desmatamento acumulado nesses estados e 47% do total desmatado em 2018.

No ano passado, o Acre perdeu 688 km² de floresta, o terceiro no ranking dos estados da Amazônia Legal que mais desmataram. O número é 55% maior se comparado com 2018.

O pecuarista reconhece que o projeto pode alavancar ainda mais esses índices. “Se for dentro dos limites impostos pelo Código Florestal, não vejo mal nenhum nisso. Vai abrir de uma forma ou de outra. Todas as áreas dentro dos limites legais com certeza serão abertas, seja para fazer pecuária ou agricultura, com ou sem Amacro”.

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