Um estudo desenvolvido pelo projeto #Fakecovid19 em parceria com a empresa Inloco aponta que o índice de distanciamento social no Acre vem caindo. Segundo a pesquisa, na segunda-feira (13), o pior dia da epidemia no estado desde a chegada da doença, há 30 dias, apenas 39% dos acreanos estavam em isolamento.
Naquela data, o Acre bateu o recorde de novos infectados, registrou a terceira morte, confirmou os primeiros dois casos em Cruzeiro do Sul e viu a chamada transmissão comunitária se consolidar.
Entre os dias 1º e 12 de abril, o índice de distanciamento oscilava entre 40% e 60% e já apresentava queda em relação à segunda quinzena de março, quando o isolamento social chegou a 69%.
Diante desse cenário, a pesquisa chega a duas conclusões. A primeira delas é que mais da metade da população do Acre se encontra em risco eminente de contrar a doença e contaminar outras pessoas. A outra recomenda o aumento do distanciamento social para evitar ainda mais o número de infectados e, consequentemente, o de mortos.
“A hipótese sugestiva que os indicadores apontam é que os acreanos estão levando uma vida quase que ‘normal’, consequentemente, a atividade econômica continua funcionando em locais não essenciais, embora tenha sido reduzida. E, portanto, o isolamento social com os baixos índices apresentados não será capaz de conter a covid-19”, diz o estudo, idealizado pelo advogado e pesquisador Charles Brasil.
O trabalho, desenvolvido com a ajuda de alunos do também professor, envolveu a análise do banco de dados fornecidos a partir da geolocalização dos acreanos. “O isolamento social decretado pelo Governo do Estado não está possuindo eficácia para conter a Covid-19”, finaliza o estudo.