O mais recente levantamento de uma ferramenta do Google que monitora a movimentação das pessoas no estado através do aparelho celular, mostra que o índice de isolamento social no Acre caiu para 44,1%. O dado foi atualizado na última segunda-feira, 27, e coloca o estado na posição 7 do ranking entre os estados do país que menos respeitam o isolamento. Mesmo com a manutenção do decreto, o Acre vem registrando o relaxamento da condição de distanciamento social a cada dia.
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As notificações da doença no estado começaram a ocorrer a partir do dia 2 de março, seguindo até o dia 15 do mesmo mês, com duas notificações diárias, em média. Após a confirmação dos primeiros casos reais de coronavírus, o governo do Acre publicou um decreto, suspendendo as atividades escolares e comerciais, mantendo apenas os serviços públicos e privados considerados essenciais em funcionamento.
Nesta primeira fase, com a orientação do isolamento social, o índice de pessoas que permaneceram em casa, chegou a média considerada ideal para o controle do vírus, que é de 70%, segundo especialistas. Esse índice começou a cair a partir do dia 1º de abril, mesmo com 43 casos confirmados da doença e a manutenção da suspensão das atividades comerciais.
Aos poucos as pessoas começaram a voltar para as ruas e em apenas seis dias já foi anunciado oficialmente o primeiro caso de contaminação comunitária. A partir daí, já não era mais possível haver o controle real de quem havia sido infectado por quem. O número de casos começou a subir significativamente, atingindo municípios do interior e o público geral de todas as idades e classes sociais.
O último Boletim Oficial emitido pela Secretaria Estadual de Saúde, informa que até o dia 28 de abril, já haviam sido notificados 2.643 casos, tendo sido, 1.576 descartados e 354 confirmados. Outras 721 amostras seguem aguardando o resultado de exame laboratorial.
Contaminação
A doença causada pelo coronavírus é assintomática em 86% dos casos. Isso significa que a maioria das pessoas infectadas, sequer sabe que está doente, não se isola e facilmente transmite o vírus a outras pessoas que compartilham o mesmo espaço. Diante dessa circunstância, a única forma de reduzir o risco de infecção é manter a distância das outras pessoas. Segundo o Infectologista, Thor Dantas, essa não é a hora de voltar às ruas. Os casos devem aumentar ainda mais nas próximas quatro ou seis semanas podendo a pandemia durar, até agosto.
“Para cada 10 pessoas infectadas, dois devem precisar ir ao hospital e para cada 40, outras duas devem precisar de UTI. Por isso precisamos manter os cuidados necessários e evitar aglomerações. Com os casos só aumentando e com as pessoas cada vez mais nas ruas, estamos entrando na fase de aceleração da doença, com seu pico previsto para final de maio, início de junho, depois vai começar a desacelerar e a pandemia deve terminar em agosto, talvez setembro. Temos que incorporar no nosso dia a dia as mudanças de hábitos, aprender a usar máscaras e evitar o contato com outras pessoas, principalmente com idosos e outras pessoas doentes. Se fizermos a nossa parte, os governos ganham tempo para fazer a parte deles, que é conseguir a quantidade ideal de leitos para atender as pessoas, testes para dar diagnósticos rápidos e ajudar os mais prejudicados financeiramente com a pandemia”, explicou o médico em vídeo divulgado em suas redes sociais.