Janela partidária movimenta troca de legendas na capital; confira novo cenário

Terminou no último sábado (4) o prazo para as mudanças de partido para quem planeja disputar as Eleições municipais de outubro. Em Rio Branco, a dança das cadeiras foi movimentada. Com legendas outrora coadjuvantes tendo ganhado certo protagonismo no pleito de 2018, ampliou-se o leque para o troca-troca em todo o Acre, sobretudo na capital.

A Câmara dos Vereadores de Rio Branco foi o grande epicentro das mudanças partidárias dos últimos dias, especialmente porque é ela o espaço de poder mais visado em ano de eleição municipal. Dos 17 parlamentares com assento na Casa, 11 trocaram de partido.

O PSB da prefeita Socorro Neri foi o que mais inflou após a chamada janela partidária. A agremiação ganhou quatro novas cadeiras nos últimos dias: Antônio Morais (ex-PT), Clézio Moreira (ex-PSDB), Elzinha Mendonça (ex-PDT) e Raimundo Neném (ex-PHS). Porém, perdeu o seu até então único parlamentar, o vereador Artêmio Costa, que foi para o Progressistas.

Audiência pública na Câmara de Rio Branco/Foto: ContilNet

Além de Clézio Moreira, também deixou o PSDB Célio Gadelha, agora no PTB. Com isso, os tucanos perderam sua representatividade no parlamento-mirim. Com a saída de Anderson Sandro para o PSD, quem também não tem mais assentos na Casa é o PDT.

Mamed Dankar seguiu o exemplo do colega Antonio Morais e também deixou o PT, hoje figurando no Pros. A legenda que governou o Acre por duas décadas perdeu metade de sua bancada e hoje conta apenas com os vereadores Rodrigo Forneck e Jakson Ramos.

O MDB tinha apenas uma cadeira na Câmara, ocupada por João Marcos Luz, que permanece no partido, e ganhou outro representante: Emerson Jarude, que estava há meses sem sigla.

Quem não tinha nomes na Casa e do dia para a noite passou a ter duas cadeiras foi o Progressistas. Além de Artêmio Costa, a agremiação trouxe para suas fileiras o vereador N. Lima (ex-PSL). Por fim, o sindicalista José Carlos Juruna trocou o PHS pelo Avante.

Eduardo Farias, Railson Correia e Lene Petecão permaneceram em seus respectivos partidos, PCdoB, Podemos e PSD. As duas primeiras legendas permanecerem com o mesmo número de assentos. Já o PSD dobrou de tamanho com a chegada do já citado Anderson Sandro.

Fachada da CMRB/Foto: Assessoria

Confira abaixo o resumo da dança das cadeiras na Câmara de Rio Branco:

Antônio Morais deixou PT pelo PSB

Artêmio Costa deixou PSB pelo PP

Célio Gadelha deixou PSDB pelo PTB

Clézio Moreira deixou PSDB pelo PSB

Mamed Dankar deixou PT pelo Pros

Elzinha Mendonça deixou PDT pelo PSB

Emerson Jarude deixou PSL pelo MDB

José Carlos Juruna deixou PHS pelo Avante

Anderson Sandro deixou PDT pelo PSD

N Lima deixou o PSL pelo PP

Raimundo Neném deixou PHS pelo PSB

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Rodrigo Forneck se manteve no PT

Railson Correia se manteve no Podemos

João Marcos Luz se manteve no MDB

Lene Petecão se manteve no PSD

Jakson Ramos se manteve no PT

Eduardo Farias se manteve no Movimento 65

Deputados e senadores

Ao que parece, os deputados estaduais andam satisfeitos com suas siglas. Não há mudança de partido pelos membros da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) há meses. Os últimos a trocarem de agremiações foram Fagner Calegário, que em janeiro deixou o PV pelo PL (antigo PR), e Jenilson Leite, que se desfilou do PCdoB em 2019 para integrar o time do PSB.

Entrada da Aleac/Foto: Assessoria

Todos os oito deputados federais e os três senadores da República em atividade não mudaram de casa desde que assumiram seus mandatos em Brasília, no início de 2019.

Holofotes

Os holofotes não estão voltados apenas para quem possui mandatos. Vários nomes que perderam as Eleições de 2018 ou se projetaram nos últimos dois anos foram sondados pelos partidos políticos. O saldo do cabo de guerra foi bastante favorável para o Progressistas, do governador Gladson Cameli, que ganhou quadros importantes nos últimos dias.

Ex-deputado estadual e ex-nome forte do PT, Ney Amorim, que disputou uma vaga para o Senado Federal há dois anos e saiu derrotado, pulou no mesmo barco do governador do Acre. O mesmo aconteceu com o ex-prefeito de Acrelândia, Tião Bocalom, que há anos tenta um mandato, porém sem sucesso. Ele estava no PSL até a semana passada.

Quem virou a casaca e surpreendeu muita gente foi o secretário municipal de Educação e também ex-deputado estadual Moises Diniz. O ex-comunista agora anda de mãos dadas com Cameli, a quem seu ex-partido faz oposição, mas já avisou que não vai se candidatar.

Um dos nomes mais cotados para a pré-candidatura a prefeito de Rio Branco pelo Progressistas, Luziel Carvalho largou a agremiação após ser preterido ao cargo e migou para o Solidariedade, da deputada federal Vanda Milani. Lançada pré-candidata a prefeita, ela abriu mão da missão após a chegada do advogado ao seu partido.

Socorro Neri

A grande expectativa era para uma possível ida da prefeita de Rio Branco Socorro Neri para o Progressistas. Nos dias que antecederam o fim da chamada janela partidária, não faltaram especulações sobre o assunto. Mas a gestora, que vinha evitando falar sobre a troca, continua no PSB, por onde deve disputar a reeleição para a prefeitura da capital, mesmo sem ainda ter sido lançada pré-candidata pelo seu partido, que é um dos que mais cresce.

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