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“Moro disse que tem biografia a zelar. Eu digo que tenho um Brasil a zelar”, diz Bolsonaro

Por NANY DAMASCENO, DO CONTILNET

Durante seu pronunciamento, na tarde desta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro, se manifestou acerca da demissão do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, e do diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

Em suas justificativas, o presidente da República relembrou o caso da vereadora Mariele Franco, ocorrido em março de 2018, situação em que diz ter exigido apuração.  “Desde o começo, já se começou a falar que eu estava dificultando operações de combate à corrupção”.

Bolsonaro também disse que a decisão de trocar o comando da Polícia Federal é dele e não tem que se submeter a nenhum de seus subordinados.  “Falava-se em interferência minha na Polícia Federal. Se eu posso trocar o ministro, por que não posso trocar o diretor da PF? Não tenho que pedir autorização pra ninguém pra trocar o diretor ou qualquer outro que esteja na pirâmide hierárquica do poder Executivo. Será que interferir na PF quase que exigir e implorar que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A PF de Sergio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo”.

Ueslei Marcelino/Reuters

Bolsonaro está acompanhado de ministros na coletiva/Foto: Reuters

Ainda sobre uma suposta interferência na polícia, ele diz que sempre conversou com Moro a respeito de sua vontade de ‘proximidade’ “É comum que eu possa interagir com ele (diretor-geral da PF), eu interajo com Abin. Sempre falei pra ele: Moro, não tenho informações da PF. Eu tenho que todo dia ter um relatório do que aconteceu, em especial nas últimas 24h, para decidir o futuro da nação. Nunca pedi o andamento de qualquer processo. Até porque a inteligência, com ele, perdeu espaço na justiça”.

E ele continua: “Cobrei muito deles aí (a resposta sobre a facada). Acho que todas as pessoas de bem do Brasil querem saber. Desculpa, ministro, mas entre o meu caso e o da Marielle, o meu tá muito menos difícil de solucionar”.

O presidente diz que seu desejo é que as ações da Polícia Federal sejam potencializadas. E reforçou que a exoneração de Valeixo ocorreu a pedido: “Ontem, numa videoconferência, o sr. Valeixo se dirigiu a todos os seus 27 superintendentes e disse que desde janeiro vinha falando com o Moro que ia deixar a PF”.

O presidente também disse que não é contrário à Lava Jato: “Estou lutando contra o sistema, contra o establishment. Coisas que aconteciam no Brasil, praticamente não acontecem mais”.

Ele disse que não guarda mágoas de Moro, mas acreditar ter feito o que deveria. “Moro condicionou troca de Valeixo à indicação para STF. É desmoralizante para um presidente ouvir isso. Lamento que aquele que mais tinha que defender dentro da legalidade não o faz. Não posso conviver com uma pessoa que pensa bastante diferente de mim”.

Matéria em atualização*

 

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