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Novo treinador do Rio Branco Football Clube, Ely fala da paixão pelo esporte

Por EVERTON DAMASCENO, DO CONTILNET

Neste tempo de pandemia e medo, resgatar boas histórias é sempre muito importante para fazer crescer em nós a esperança em dias melhores. Uma dessas é a do acreano, cabeleireiro, jogador e treinador, Ely Roberto, de 57 anos.

Ele, amante do futebol desde os 5 anos de idade, é o mais novo treinador oficial da base Sub-20 do Rio Branco Football Clube (RBFC), escolhido pela nova diretoria. O time riobranquense existe oficialmente desde 8 de junho de 1919 e é consagrado o primeiro a disputar uma competição oficial sul-americana da Região Norte do Brasil.

Ely com os futuros craques/Foto: Reprodução

No Rio Branco Football Clube o atleta também teve sua participação como jogador, por aproximadamente 20 anos.

À nossa reportagem, Ely contou um pouco de sua história de superação e mostrou que o reconhecimento é muito importante para ele.

Tudo começou em sua vida quando em 1983 ele saiu de Rio Branco, cidade natal, para Rondônia, e ser escalado como jogador para o Moto Esporte Clube e também jogar pelo Flamengo no estado, onde conquistou parte de sua trajetória.

“Saí do Acre e fui com destino a Rondônia, para continuar minha vida com o esporte”, explicou.

Em 1984, depois de muito sucesso e prestígio por parte dos especialistas em bola, o craque participou do Copão da Amazônia em Macapá, quando jogou pelo Flamengo e foi destaque.

Juventude de Ely no futebol/Foto: Reprodução

Após o evento, Roberto decidiu ir para o Mato Grosso, onde também participou ativamente do esporte.

Em 1985, sua ida para o Rio de Janeiro, com o intuito de visitar o túmulo da mãe, que faleceu quando ele tinha apenas 7 anos de idade, resultou em outro salto em sua vida. Lá ele começou a jogar pelada no aterro do Flamengo e ser reconhecido pelos outros jogadores e técnicos. Mas, não sendo o suficiente para se manter em outro estado, decidiu mudar de vida.

Acontece que sua decisão foi atravessada por uma ligação de um cabeleireiro famoso do Acre, que havia saído de Xapuri para os Estados Unidos (EUA), para se profissionalizar.

“A ligação do Jaime Rodrigues, que naquele momento era um dos cabeleireiros mais conceituados do país, me fez mudar de ideia. Ele estava chegando dos EUA no Rio de Janeiro, onde construiria o seu salão de beleza. Eu recebi o convite dele para trabalhar  em seu salão, já que tinha alguma experiência com corte. Aceitei o convite. Me aperfeiçoei por dois anos numa turma com 19 mulheres e apenas eu de homem”, continuou.

Ely explicou que a decisão de ter permanecido e de trabalhar no salão mudou todo o rumo de sua vida e lhe fez crescer de uma forma surpreendente.

“Eu agradeci muito o que ele fez por mim. Anos depois voltei ao Acre, já profissional, e montei o meu salão no centro da cidade, onde precisei fechar, pelo número de assaltos e arrombamentos que sofri”, declarou.

Ely passou a atender os seus fieis clientes em sua residência.

O fato é o que o futebol nunca saiu de sua veia e, por isso, paralelamente, passou a dar aula de futebol em várias escolinhas de bairros para crianças e adolescentes que sonhavam com os campos.

“Eu estava fazendo o que mais gostava em minha vida. Ser cabeleireiro e professor/treinador. Sempre foi o meu sonho passar para os pequenos o meu conhecimento e minha experiência com o futebol”, enfatizou.

Desde então sua vida segue dividida, de coração, entre as duas amadas profissões. Sua prática já educou mais de 800 crianças e adolescentes no futebol.

Ely com o ex-prefeito Marcus Alexandre/Foto: Reprodução

Neste ano, a diretoria do RBFC fez o convite ao craque, que foi aceito imediatamente.

“Enfim o talento foi reconhecido. É esta a sensação. Muito grato eu estou à nova diretoria que reconheceu o meu trabalho. Sonho em transformar essa base, em dar o melhor de mim”, enfatizou.

Ao final da entrevista, Ely disse que seu sonho agora é fazer com que o grupo seja campeão em 2020 e dispute a taça São Paulo de Futebol Júnior em 2021.

Ely ao lado do amigo Gerson, quando crianças/Foto: Reprodução

“Assim seguimos, confiantes, com a certeza de que unidos nós venceremos. Agradeço aos amigos, familiares e, especialmente, a minha irmã, Marieda Ferreira, pela educação que me deu e por ter sido minha segunda mãe durante toda minha vida. Estou orgulhoso”, finalizou.

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