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Trabalhando a mais no home office? Saiba o que fazer

Por METRÓPOLES

Para ajudar a reduzir a velocidade de transmissão do coronavírus, várias carreiras tiveram de se adaptar a uma modalidade até então pouco explorada pelo mercado de trabalho brasileiro: o home office. Porém, pela falta de familiaridade, muita gente passou a trabalhar mais, ainda que remotamente.

Afinal, se você não sai do escritório, parece lógico que, em algum momento, ele não deixe você aproveitar os merecidos – e legalmente garantidos – horários de descanso.

Em razão da ameaça de crise econômica e do consequente aumento no número de desempregados, muitos trabalhadores acabam se submetendo a jornadas maiores por medo. Contudo, especialistas alertam que é importante estabeler limites razoáveis com as empresas, não só para preservar o emprego, mas para também manter a saúde mental.

Diálogo e disciplina
O professor de Gerenciamento de Projetos e doutor em Administração Gino Terentim acredita que, sem limites, a relação com o trabalho tende a se tornar tóxica. “Funciona como na nossa vida particular. Se eu tenho uma relação em que não posso dialogar, ela se tornará nociva para ambas as partes”, afirma o especialista. Nesse caso, ele sugere conversar amigavelmente com o chefe.

“Se o chefe propõe um horário flexível, por exemplo, vale pedir para que o trabalho seja feito por prazos e demandas. Além disso, é importante que o empregado defina o horário que vai começar e encerrar naquele dia”, recomenda.

Ele aponta algumas ações que podem ajudar tanto na produtividade quanto no controle do tempo que está sendo dedicado à atividade profissional.

“Sugiro que a pessoa faça uma agenda, que compreenda seus compromissos pessoais e profissionais de forma realista, para que ela possa ser cumprida com disciplina. De curto prazo, para as próximas 12h. Assim, fica fácil saber quando o trabalho foi além”, pontua.

Direitos
A advogada Bárbara Madureira também reforça que trabalhar em casa não significa estar à disposição do empregador a qualquer hora.”A relação de trabalho segue normal, com cumprimento de horário e pagamento de vale alimentação. Só o auxilio transporte pode ser suspenso”, explica.

O mesmo vale para as horas extras e sobreaviso. “Se no contrato de trabalho não diz que é preciso trabalhar aos sábados, e a pessoa é convocada nesse período, ela tem direito a receber o dia em dobro, porque, teoricamente, é o seu descanso”, orienta.

-Ela também frisa que suspensões, reduções de jornada e outros acordos autorizados pelo governo para preservar empregos diante da crise do coronavírus devem ser pactuados individualmente e por escrito.

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