Vanda Milani defende antecipação do Revalida e diz que é preciso conhecer vários brasis

Preocupada com o avanço nos casos de coronavírus no estado do Acre, a deputada federal Vanda Milani (SD-AC) reforça o discurso da bancada no Congresso Nacional que pede a antecipação do Revalida – exame que habilita médicos brasileiros formados no exterior.

Com base em documento editado pelo Conselho de Medicina do Estado de São Paulo, chamado Demografia Medica no Brasil – estudo de projeção “concentração de médicos em 2020”, ela afirma que a distribuição de médicos no país desconhece as diferenças regionais.

“Os dados existentes com relação a distribuição de médicos pelo Brasil não correspondem com a realidade, não servem para orientar uma política de abertura de vagas de medicina e posterior distribuição de profissionais pelo Brasil” disse a parlamentar.

Ela cita o trabalho cientifico que mostra diferenças entre as necessidades de médicos e leitos para uma população rural da região norte, se comparada com a região metropolitana de São Paulo que tem alta concentração de população urbana e cuja demanda por assistência médica e internação hospitalar tem como causas principais as doenças crônicas como câncer e diabetes.

“Nossa população, principalmente as ribeirinhas instaladas nos barrancos dos rios e igarapés da Amazônia, sofre com a malária, a dengue e, agora, com o risco de contrair a covid-19. É preciso, como disse o ex-ministro Henrique Mandetta, se conhecer os vários brasis”, acrescentou a deputada.

Para Vanda Milani, os impactos do coronavírus devem servir para corrigir distorções históricas do sistema de saúde. Ela lembra que a Organização Mundial de Saúde desaconselha a utilização médico-habitante como parâmetro para determinar a distribuição dos profissionais.

“Nosso país é gigante, o que ocorre atualmente no estado do Amazonas mostra que para a distribuição de médicos é necessário se observar a extensão territorial, o sistema de saúde adotado, o nível socioeconômico, o perfil demográfico e epidemiológico. Isso é o que determina o estudo feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)”, destaca Vanda Milani.

O estudo faz a projeção de médicos por estado para 2020. O Acre possuiu 1,02 médico para cada mil habitante, ficando atrás dos vizinhos estados de Rondônia (2,08) Amazonas (1,88) e do estado do Pará (1,09).

“Com a antecipação do exame a maioria dos cerca de 15 mil profissionais formados no exterior poderia entrar na guerra de combate ao covid-19 em todo o país, principalmente no Amazonas que tem o sistema de saúde entrando em colapso e no Acre que tem segundo o estudo, a pior projeção de médicos para cada mil habitantes na região norte” concluiu a deputada.

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