A servidora do Gabinete do senador Márcio Bittar (MDB-AC), Gleiciane Meneses de Souza, entrou em contato o Ministério Público Federal (MPF) ontem (27), por meio de seu advogado, para informar que vai prestar esclarecimentos no âmbito do inquérito civil que apura suposta improbidade administrativa pelo gabinete do parlamentar envolvendo seu nome. A informação foi confirmada pela assessoria jurídica do senador.
O MPF apura possível atividade irregular por parte da jovem, que, no ano passado, estudava Medicina na Bolívia enquanto recebia salário de cerca de R$ 3 mil por sua função de Ajudante Parlamentar Junior.
O procedimento preparatório do MPF foi assinado no ano passado pelo procurador da República no Acre, Ricardo Alexandre Souza Lagos, e agora transforma-se em inquérito civil, para apuração de eventual ato de improbidade administrativa.
De acordo com a assessoria jurídica de Márcio Bittar, Gleiciane reúne provas documentais de que a faculdade, cursada na Unitepc, em Cobija, entre agosto e início de dezembro, não tomou o tempo de disposição ao Gabinete do senador e nem prejudicou seus serviços para o Senado Federal.
Os trabalhos desenvolvidos por ela seriam de comunicação, como divulgação das atividades parlamentares e das prestações de contas nas redes sociais, além de reuniões presenciais em Brasileia, onde morava, com ou sem a presença do Senador. Testemunhas que comprovariam sua dedicação durante os quatro meses de estudo também serão apresentadas ao Procurador da República, para esclarecer melhor o fato.
Ainda segundo a assessoria, no tempo em que estudava, a jovem ficava apenas três horas, no período da manhã, das 08 às 11 horas, na sede da faculdade, em Cobija, se dedicando às aulas, e que iniciava os serviços para o senador ao meio-dia, finalizando por volta das 20h. No início de dezembro de 2019 vieram as férias e no final de fevereiro deste ano ela trancou o curso, definitivamente.
O senador Márcio Bittar tomou conhecimento do fato pela imprensa no final do mês de setembro do ano passado, vez que quando a senhora Gleiciane foi nomeada não estudava na Bolívia, e determinou ao seu Gabinete que regularizasse a situação, que culminou com o encerramento do período letivo e o trancamento da faculdade.