Após mais de 7 horas de trabalho e muito esforço, o Departamento Estadual de Água e Saneamento Acre (Depasa) conseguiu na noite desta quinta-feira, 14, restabelecer o abastecimento de água de Rio Branco, interrompido devido à pane no sistema elétrico da estação de captação da ETA 2. A parada inesperada prejudicou o abastecimento dos bairros na região do Calafate, Floresta e Portal da Amazônia.
O problema começou por volta das 11 horas da quarta-feira, 13, quando os cabos da rede elétrica subterrânea da estação de captação entraram em curto circuito. “São cabos aterrados há mais cinco anos, de maneira errada, e que acabaram entrando em curto, parando as duas bombas da captação”, explica o diretor de operações do Depasa, Edson Siqueira.
Um dia antes, na terça-feira, uma megaoperação foi programada para conserto da rede de 700 mm que leva água da captação até a estação de tratamento. “ A tubulação rompeu, tivemos que isolar duas caixas que também se romperam e mudar a rede de lugar, fazendo uma curva direto na captação”, informou Siqueira. A manutenção corretiva foi concluída na terça à noite, por volta das 23 horas quando o abastecimento foi restabelecido, e o sistema operou normalmente até a pane elétrica nos cabos submersos no dia seguinte.
A operação para restabelecer o sistema mobilizou homens e máquinas. No início da noite de quinta-feira, com duas bombas em funcionamento e a ETA 2 operando com vazão de 847 litros/segundo, o sistema foi reiniciado e o abastecimento retomado. Ainda na manhã desta sexta-feira, 15, uma terceira bomba entrará em atividade e todos os bairros abastecidos. “ O sistema será restabelecido na ETA2, ligando três bombas. Agora é pedir a Deus que não queime mais, porque não tem reserva”, clama o diretor de operações do Depasa.
A origem do problema
Antigo e já com prazo vencido, – de acordo com o atual plano diretor o sistema de abastecimento do Acre passou por avaliação no 2000 e foi reorganizado para funcionar por mais 20 anos- o sistema hoje em funcionamento precisa de investimentos urgente.
“O que sofremos hoje são problemas que se acumularam ao longo desses 20 anos, problemas estruturais enormes, que não se resolvem em um, dois anos, nem tampouco se resolvem sem dinheiro. O Governo Gladson tem investido pra tentar melhorar, mas saneamento e tratamento de água é muito caro”, ressalta Siqueira.
Com arrecadação insuficiente, o sistema se mantém com o repasse do Governo. O custo mensal para captar, tratar e distribuir água é de em média R$ 8 milhões. O Depasa arrecada R$ 2 milhões. “O que tem mantido o sistema funcionando, mesmo que precariamente, é a contribuição do governador Gladson Cameli, que em 2019 contribuiu com mais de R$60 milhões, recurso utilizado para folha de pagamento e energia elétrica”, informa Edson Siqueira.
“Mas não estamos desanimados, estamos resolvendo”, destaca o diretor Edson ao detalhar o plano emergencial para resolver problemas imediatos como substituição e colocação de bombas reservas, cabeamento, instalação de bombas nas unidades do interior e também projeto para ações de médio prazo. “Para isso contamos com o apoio da bancada federal, especialmente do senador Márcio Bittar, para captar recursos para investir a médio e longo prazo para reconstruir o Depasa em todos seus setores, elétricos, mecânicos, bem como melhorar a remuneração e condição de trabalho dos servidores”, planeja Siqueira.
Desperdício
Além dos problemas estruturais ainda a serem sanados, o desperdício é outro fator que compromete o o pleno funcionamento do sistema de água no estado. “Infelizmente, apesar do enorme esforço diário para captar, tratar e distribuir a água, o desperdício ainda é grande. Com frequência recebemos informações de que nos bairros, caixas d’água e torneiras derramam a noite inteira, o que faz diminuir a pressão, evitando que a água chegue na ponta, em uma, duas ou mais residências”, ressalta Edson Siqueira, lembrando a importância do apoio da população no combate ao desperdício da água tratada.