Clubes da Série A do Estadual do Rio de Janeiro desenharam um planejamento inicial para que a competição seja retomada no dia 14 de junho. O tema foi discutido com o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) em reunião na tarde deste domingo (24), no RioCentro.
O encontro não contou com as presenças de representantes de Botafogo e Fluminense, contrários à volta das atividades neste momento.
Flamengo e Vasco estiveram no debate, além de representantes da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e clubes de menor investimento. A informação foi publicada, inicialmente, pelo jornal “O Globo” e confirmada pelo UOL Esporte.
Os clubes conseguiram autorização para voltar aos treinos a partir de terça-feira (26). O rubro-negro, mesmo sem a liberação por parte da prefeitura, já vinha realizando atividades no Ninho do Urubu na última semana, e o cruz-maltino realizou alguns trâmites para tornar o retorno possível.
“Com previsão de volta do futebol possivelmente para meados de junho, mas sem público, os clubes devem progredir, passo a passo, com fase de avaliação clínica, testes físicos, exercícios de reabilitação dos efeitos da inatividade muscular e atividades de recuperação da capacidade laborativa”, diz trecho denota publicada pela Ferj.
No decorrer do dia, tanto Botafogo quanto Fluminense emitiram notas explicando as respectivas ausências na reunião e criticando a movimentação para a volta. Nelson Mufarrej, presidente do Botafogo, disse que pensar em retorno imediato é “desconexão com a realidade”.
“Reafirmamos não ser o momento para voltar a ter treinos presenciais. O futebol é um instrumento de altíssimo impacto e repercussão social. Passar essa imagem de retorno imediato, no auge da crise, de mortes, com a curva ainda em ascensão, é estar em desconexão com a realidade. Além de desumana éinsensível do ponto de vista interno, com nossos atletas, comissão técnica, funcionários e seus familiares. Vai chegar a hora de voltarmos, mas não será agora”, afirmou.
O clube tricolor, por sua vez, ressaltou que, mesmo sem público, os jogos podem causar aglomerações, algo que vai na contramão do combate à pandemia de coronavírus.
“Nosso entendimento é de que jogos sem público não impedem aglomerações. Se não forem ao estádio, as pessoas se juntarão em frente a televisores de bares, que insistem em permanecer abertos, sobretudo nas periferias, onde o isolamento social tem tido menor adesão. O futebol, por movimentar paixões, deve estar ciente de seu compromisso social e não alimentar ansiedades”, diz trecho da nota.