Em meio à pandemia do novo coronavírus, bebês que nasceram no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – unidade da rede pública do Distrito Federal, referência em casos de Covid-19 – ganharam máscaras de proteção em vez dos tradicionais gorros para recém-nascidos. O item é do estilo “face shield”, que protege todo o rosto.
Um dos bebês é filho de uma paciente diagnosticada com a Covid-19 (veja foto acima), portanto, a medida é para evitar qualquer tipo de contaminação. O parto é o primeiro realizado na unidade em uma mulher com confirmação da doença.
De acordo com a Secretaria de Saúde, a criança nasceu saudável, com 2,930 kg, na noite desta quinta-feira (7). A mãe, de 28 anos, é moradora de Planaltina e permanecia internada até a publicação desta reportagem. Ela não teve complicações e se recupera bem.
As máscaras de proteção facial foram confeccionadas pela equipe do Hran e, sob medida, são pensadas para não machucarem os pequenos. Desde o início de abril, a unidade atende apenas pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19.
Presente duplo
Já na madrugada de quarta (6), o presente foi duplo para uma outra paciente. Com suspeita de infecção por coronavírus, uma mulher de 31 anos deu à luz a gêmeas no Hran.
As recém-nascidas pesavam 2,380 kg e 2,305 kg e também estão saudáveis. As meninas receberam alta nesta sexta-feira (8) e foram para a casa dos familiares. Já a mãe, moradora de Águas Lindas de Goiás, está em observação e aguarda o exame de contraprova para a doença.
De acordo com o chefe da unidade de obstetrícia do hospital, Claudio Albuquerque, além da proteção nas crianças, as mães e a equipe de saúde também são paramentadas para evitar a disseminação do vírus.
“Durante a assistências às puérperas, deixamos um profissional destacado para o paciente até o final do plantão dele, para evitar contatos com mais de uma pessoa”, disse.
Novo protocolo
Até a noite desta sexta-feira (8), o DF contabilizava 2.442 casos do novo coronavírus. Com o avanço dos números, o Hran mudou protocolos de atendimento.
No departamento de obstetrícia, ao chegarem em trabalho de parto, as gestantes passam por testes para o diagnóstico da Covid-19. Ao darem positivo para a infecção, elas permanecem internadas. Em caso de teste negativo, são transferidas para o hospital de origem.
Ao nascerem, os bebês são levados para a sala de cuidados e recebem o primeiro banho duas horas após o nascimento. O tempo de espera até então era de seis horas.
Por causa do risco de infecção entre mãe e filho, o centro obstétrico do Hran também foi dividido em duas alas: de um lado ficam os quartos dos casos suspeitos, do outro, os já confirmados.
Os berços também mudaram de lugar. Eles ficam a uma distância de dois metros da cama das mães, e elas usam máscara do tipo “face shield”, de acrílico.