Imagens recentes de satélite mostram que o desmatamento na Amazônia está crescendo em 2020: cerca de 1.202 quilômetros quadrados de floresta foram destruídos entre janeiro e abril, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
As cifras, divulgadas nesta sexta-feira (08/05), representam um acréscimo de mais de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior, além de serem as mais altas para os quatro primeiros meses do ano, desde 2015. O fato é especialmente preocupante porque nesse período do ano, de chuvas abundantes, as perdas ambientais são normalmente menores.
A devastação é causada tanto por incêndios florestais quanto por atividades destrutivas ilegais. “Infelizmente, parece que devemos esperar para este ano mais quebras de recordes de incêndios e desflorestamento”, antecipa o ativista do Greenpeace Romulo Batista.
O estado do Amazonas tem sido um dos mais atingidos pela covid-19. Num país que se tornou o epicentro da pandemia na América do Sul, computando quase 150 mil casos e mais de 10 mil mortes, grande parte dos recursos nacionais tem ido para o combate ao vírus, o que, segundo os ativistas, implica dar-se menos atenção à deflorestação predatória.
O presidente Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas por seus parcos esforços em defesa de um dos ecossistemas mais diversificados do mundo. No início de maio, ele enviou o Exército para coibir a extração de madeira, agricultura e mineração ilegais, embora ambientalistas insistam que seria mais eficaz apoiar as agências ambientais brasileiras, as quais têm sofrido duros cortes desde o começo do mandato do político populista.
Em 2019, primeiro ano do negador da mudança climática na presidência, 10 mil quilômetros quadrados de mata sucumbiram a incêndios e desflorestamento ilegal, a grande maioria dos quais ocorridos entre maio e outubro. Ativistas do clima afirmam que o pior para o meio ambiente no Brasil ainda está por vir.