O governador Gladson Cameli endureceu o tom ao falar, na manhã desta quinta-feira (14), sobre o descumprimento das recomendações de isolamento social por parte dos acreanos. De acordo com o gestor, se a população continuar subestimando o coronavírus não haverá atendimento de saúde para todos os doentes que necessitarem de cuidados médicos.
“O sistema público não estaria preparado para atender todo mundo. Não posso vender ilusão. Preciso ser claro. Não existe milagre. O remédio é se prevenir ficando em casa”.
Nesta quarta-feira (13), o índice de isolamento social no Acre foi de 47,5%, ou seja, menos da metade dos acreanos ficaram em casa. O número mínimo recomendado por especialistas para conter o rápido avanço do coronavírus e frear o colapso na saúde pública é de 70%.
No discurso proferido na sede do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (Deracre), durante lançamento da Operação Força Máxima, para recuperação gradual da economia acreana afetada pela crise da pandemia, o gestor voltou a falar em bloqueio total.
A medida, também conhecida como “lockdown”, poderá ser usada caso o número de infectados e mortos continue a subir desenfreadamente. Na última terça (12), o Acre bateu recorde de registro de mortes, com sete óbitos, totalizando 52 vidas perdidas. Já são quase 1.700 casos confirmados, com números diários acima de 100 desde o início de maio.
Gladson não descartou o bloqueio e disse que, se for decretado, usará a força máxima do exército e da polícia nas ruas. “E essa força máxima não é conversar. É agir”, alertou.
“Antes de precisar decretar o ‘fecha-tudo’ nós vamos usar todas as medidas possíveis para evitar aglomerações. Agora espero que, depois, ninguém venha me dizer que não foi avisado, porque todo mundo foi avisado do perigo do coronavírus”, finalizou.