Durante entrevista ao telejornal RB Notícias, da TV Rio Branco (SBT), o governador Gladson Cameli confirmou a transferência dos primeiros pacientes do Pronto-Socorro da capital para os leitos de UTI do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into) a partir da tarde desta quinta-feira, 7.
Com a conclusão da primeira etapa da obra, a unidade será transformada em hospital de referência para o diagnóstico e tratamento da doença. Segundo Cameli, neste momento, a prioridade é para os casos mais críticos. Equipado com aparelhos de ponta, o Into conta com respiradores, bombas de infusão, monitores hospitalares, máquina de hemodiálise e toda estrutura necessária para o enfrentamento da Covid-19.
“Estamos concluindo as obras do Into após quase 10 anos. Já temos 11 UTIs prontas com mais 48 leitos de enfermaria disponíveis. Estamos trabalhando com o pior cenário dessa pandemia, por isso, já sentamos com todos os hospitais da rede privada para se prepararem e aproveito para dizer que ninguém vai escolher o paciente. Temos que aceitar todo mundo”, enfatizou.
Desde a confirmação dos primeiros casos de coronavírus, o governador Gladson Cameli lidera um grande esforço para melhorar a rede pública de Saúde com mais estrutura e equipamentos. Porém, devido à pandemia, o chefe do Executivo revelou a dificuldade na compra de aparelhos hospitalares causada pela procura mundial. “Uma UTI que custava R$ 20 mil, agora é R$ 120 mil e ainda estão pedindo para pagar esse valor à vista. Como vou justificar isso depois para os órgãos de controle?”, questionou.
Gladson também anunciou que dará, em breve, a ordem de serviço para a construção do primeiro hospital de campanha, em Rio Branco. O governador revelou que, diferente de outros estados, a intenção é que a estrutura seja permanente e integrada às instalações do Into.
Perguntado sobre a reabertura do comércio, o gestor disse compreender as dificuldades enfrentadas por parte do setor empresarial, mas a prioridade sempre será por proteger vidas. “Eu não posso colocar a vida das pessoas em risco. Passando a pandemia, vamos achar soluções e estamos estudando um pacote de benefícios para os nossos comerciantes”, declarou.
Com mais de 1 mil casos de Covid-19, Cameli não descarta a possibilidade de adoção do sistema lockdown
Com o aumento substancial de novos casos, já são 1.014 pessoas infectadas com o vírus no Acre, Cameli não descartou a possibilidade da adoção do chamado lockdown, termo em inglês que significa confinamento. Devido à crise da Covid-19, algumas cidades brasileiras já adotaram medidas mais rígidas, como o bloqueio de ruas para evitar a entrada e saída de pessoas. Assim como o uso obrigatório de máscara nos poucos casos em que a circulação é permitida e até mesmo a punição de pessoas físicas ou jurídicas que desrespeitarem decretos governamentais.
“Eu tenho que evitar a explosão dessa pandemia. Estamos acompanhando de perto o crescimento do número de casos nesta semana. Vou conversar com médicos infectologistas para que possamos tomar uma decisão nos próximos dias. Por isso, é muito importante que a população nos ajude neste momento”, argumentou.
Em relação ao pagamento dos servidores públicos, aposentados e pensionistas, Gladson descartou qualquer chance de atraso da folha salarial. “Eu não trabalho com a mínima possibilidade de atraso de salário e demitir funcionários”, esclareceu.
Ao fim da entrevista, Cameli conclamou o apoio da população acreana no combate ao coronavírus. Além da adoção de regras básicas de higiene, o governador lembrou a importância do isolamento social para a evitar a proliferação do coronavírus.
“Esse vírus é muito feroz. O que eu vi no Amazonas, eu rezo todos os dias para que não aconteça aqui. Por isso, peço a todos que tenham os cuidados mínimos, como lavar bem as mãos. Sei que é difícil, mas quem puder, por favor, fique em casa. Nenhum lugar no mundo está tendo estrutura para tratar seus pacientes e, infelizmente, no Acre não será diferente. Este momento é crucial para proteger quem a gente ama”, pontuou.