Um projeto da Central Única das Favelas (Cufa) no Acre tem aliviado a difícil situação de 500 mães chefes de família que vivem nas periferias da capital. O Mães da Favela garante a essas mulheres uma renda básica de R$ 120 por dois meses para emergências, além de cestas com alimentos e produtos de higiene.
A ação acontece em todo o Brasil e, no Acre, é coordenada pelo artista e representante da Cufa no estado, Júnior TRZ. Há semanas, ele e outros voluntários percorrem diversos bairros periféricos de Rio Branco para cadastrar as mães no auxílio e entregar os produtos arrecadados por meio de doação de empresas e instituições diversas.
Cadastramentos são feitos em vários bairros da capital / Foto: Cufa
Moradora do bairro Montanhês, Eliene foi uma das contempladas pelo projeto. Ela chefia uma família e afirma que a doação veio em boa hora. “Eu peço a deus que dê em dobro pra quem está tocando essa ação, por tudo o que estão fazendo pela minha comunidade, que é muito carente. Só tenho a agradecer”, disse a mãe.
Eliene não é a única a depender de solidariedade durante a pandemia de coronavírus. Com o avanço da doença nos bairros mais afastados do Centro, a necessidade de isolamento social e o fechamento das creches e escolas, cresce o número de mães solteiras que têm suas fontes de renda prejudicadas.
Mães da Favela também beneficia mulheres com máscaras de tecido / Foto: Cufa
“Nós, da Cufa, não paramos há dias. Estamos em plena atividade de cadastramento em várias localidades para dar um pouco de dignidade pra esse povo que tá vivendo um momento tão difícil. É um presente nosso de Dia das Mães pra elas”, comenta Júnior.
Além das cestas básicas e da renda, as mães recebem ainda álcool em gel para higienização das mãos e máscaras de tecido para se protegerem do novo vírus. Mais de 5 mil acessórios para o rosto já foram entregues até o momento.
Cestas básicas garantem dignidade a mães solteiras / Foto: Cufa
“Nossa prioridade total são as mães solteiras, sem auxílio e com vários filhos. São essas que estão a Deus dará. O maior desespero, sem dúvidas, é o dessas mulheres, que não têm onde deixar suas crianças para poderem sair para trabalhar. Para muitos, R$ 120 no mês pode parecer pouco, mas não é para quem está realmente necessitando”.