Pandemia de coronavírus completa 2 meses no Acre; confira raio-x da doença

Já se passaram dois meses desde que a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) confirmou os primeiros casos de coronavírus no Acre. Desde lá, a covid-19 já trouxe sofrimento para mais de 60 famílias que tiveram de enterrar seus entes queridos. Outras centenas passam pelo doloroso processo de ter um ou mais de seus membros contaminados.

O novo vírus demorou três meses para sair de Wuhan, província da China central, onde aconteceu o primeiro contágio, e chegar ao Acre. Para isso, percorreu 17 mil km, saltando de organismo a organismo. Os três primeiros pacientes da doença foram registrados no dia 17 de março e vieram de São Paulo e Fortaleza, no Ceará. Todos foram curados.

Após 62 dias de pandemia, já são 1.996 casos oficiais. Porém, especialistas em saúde em todo o mundo dizem que os números reais são sempre maiores que o registrados. Isso porque há uma parcela significativa de contaminados que não desenvolvem sintomas ou apresentam somente sinais leves, que podem ser confundidos com uma gripe ou resfriado, e, por isso, não fazem o teste.

No Acre, o médico infectologista Thor Dantas e o diretor do Laboratório de Infectologia Charles Meriéux, Andreas Stocker, são dois desses estudiosos que alertam para um número de casos muito maior que os oficiais. Em entrevistas ao longo desses dois meses, eles chegaram a projetar dados no mínimo quatro vezes superiores aos da época.

A cada 10 infectados, 4 já foram curados da covid-19 / Foto: Arquivo

Confira, a seguir, o raio-x da pandemia de coronavírus no Acre com base no total de casos registrados pelo governo até este domingo (17).

Curados

Até o momento, dos quase 2 mil contaminados oficiais, 792 (40%) foram curados e tiveram alta, seja hospitalar ou domiciliar. No entanto, todos os pacientes que não têm mais o vírus no corpo precisam prosseguir com as recomendações de isolamento porque não há estudos conclusivos sobre a possibilidade de reinfecção pelo coronavírus.

“A maior parte dos casos positivos está evoluindo sem complicações, não necessitando de internação, com indicação de isolamento domiciliar por 14 dias para tratamento e recuperação”, informou o Boletim Epidemiológico da Sesacre.

Doentes

Um total de 1.142 segue doente. Destes, 1.083 estão com a forma leve ou sem gravidade da doença e se tratam em casa. Essas pessoas devem ficar isoladas dos familiares saudáveis, em um ambiente exclusivo para elas.

As demais (59) estão internadas. Dezessete desenvolveram a forma mais grave da covid-19 e ocupam leito de unidade de terapia intensiva no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e no Hospital Santa Juliana, que cedeu 20 leitos para a saúde pública do estado.

Dezessete ocupam leitos de UTI com a forma grave da doença / Foto: Secom

Outras 42 com sintomas potencialmente graves estão em enfermarias comuns na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito e hospitais particulares.

Mortos

Com 62 óbitos até o momento, a taxa de letalidade da covid-19 no Acre é de 3,1%, ou seja, a cada 100 casos registrados, três perdem a vida. A maioria (56) é de Rio Branco. Outras três mortes foram confirmadas em pacientes de Plácido de Castro. Acrelândia, Cruzeiro do Sul e Tarauacá possuem um óbito, cada. A média de mortes é de quase uma por dia.

Seis a cada 10 óbitos ocorreram em pessoas acima de 60 anos, com 38 casos. Na faixa etária dos 50, há 13 mortes. Seis pessoas entre 40 e 49 anos perderam a vida. Nos grupos anteriores são cinco vítimas fatais.

“De acordo com o sexo, 43 (69%) óbitos ocorreram no sexo masculino e 19 (31%) no sexo feminino. Dentre os 62 óbitos, 73% deles tinham alguma comorbidade, porém verifica-se que 27% das pessoas que evoluíram para o óbito não tinham histórico de comorbidades”, aponta o boletim.

Entre as principais doenças pré-existentes que levam ao agravamento da covid-19 estão hipertensão e diabetes. Também foram registradas mortes em pessoas que sofriam de enfermidades cardíacas, problemas respiratórios, sequelas de AVC, entre outras.

Evolução da pandemia

No Acre, a pandemia de coronavírus já se alastrou por 85% dos municípios. Apenas Jordão, Manuel Urbano e Porto Walter ainda não registraram casos da doença. Confira a seguir a tabela mais recente de infectados:

Diariamente, a média de novos casos é de 32. Porém, o número de contaminados semanais vem crescendo com o passar dos dias. A única exceção se deu na nona e última semana, quando foram contabilizados, em três dias, somente testes rápidos, devido à falta de reagentes para os exames de PCRs. O governo já solucionou o problema.

Veja abaixo a evolução semanal da pandemia no Acre:

1ª semana: 11 casos
2ª semana: 14 novos casos
3ª semana: 21 novos casos
4ª semana: 26 novos casos
5ª semana: 70 novos casos
6ª semana: 116 novos casos
7ª semana: 295 novos casos
8ª semana: 782 novos casos
9ª semana: 542 novos casos

Entre os casos confirmados, 52,7% são do sexo masculino e 47,3%, do feminino. A maioria dos contaminados tem entre 30 e 39 anos. A segunda faixa-etária com maior número de infectados é a de 40 anos. Jovens de 20 a 29 ocupam o terceiro lugar no ranking de idade, seguido pelas pessoas de 50 a 59 / 60 a 69 / 70 a 79 / 80 anos ou mais. Também há registros de coronavírus em pessoas entre 10 a 19 anos, 1 a 9 anos e com menos de 1 ano.

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