Felipe Neto, 32, fez uma publicação em suas redes sociais que chamou de “vídeo-carta aberta”. Nela, o carioca diz que acabou a tolerância com artistas, influenciadores digitais e grandes youtubers que não usam sua influência para se posicionar politicamente diante da situação política vivida no Brasil atualmente.
“Ninguém é obrigado a se manifestar politicamente. Na época das eleições, quando era PT contra Bolsonaro, eu entendi quando o pessoal ficou calado”, iniciou Neto. “Bolsonaro assumiu, começou a vir um monte de escândalos. Todas as questões envolvendo o Queiroz, Caixa 2, investigações da Polícia Federal, fake news… e o pessoal foi ficando calado. Cantores, artistas, grandes instagrammers, grandes youtubers calados”, continuou.
A partir daí, ele endureceu o discurso, ressaltando que as celebridades que permanecem caladas agora, em um momento em que Bolsonaro começa a ameaçar o STF (Superior Tribunal Federal) e o Congresso Nacional, são cúmplices do Presidente.
“No momento em que ele vai a uma manifestação que pede o fechamento do STF, a implementação do AI-5 (Ato Institucional Número 5), de uma ditadura militar […] estamos oficialmente em um regime fascista, e quem se cala perante o fascismo, é fascista”.
Neto destacou ter deixado de seguir diversas celebridades que não se manifestam, chamando-as de “cambada de covardes” e de pessoas que estão mais preocupadas “com a quantidade de seguidores e com o dinheiro que ganha do que com o futuro da sua Pátria, da sua Nação e sua própria liberdade”.
Em tom de deboche, disse: “acho que vocês sabem quais influenciadores ficam em cima do Moro”, em alusão ao ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e corrigindo-se em seguida -“em cima do muro”. Continuou criticando Bolsonaro, a quem chamou de “lunático que está no poder”, e, ao falar sobre seus seguidores, disse preferir “focar nos 70% do que me calar tentando manter os 100%”.
Neto terminou o desabafo dizendo que acha mais digno e menos covarde se posicionar, e que essa é a função dos influenciadores e artistas. “Como pessoa que tem grande alcance, lutar pela liberdade de expressão, de pensamento, pela pluralidade, pelo estado laico e até pelo seu direito -que luta por intervenção militar- de continuar sendo livre. Espero do fundo do coração que essas pessoas revejam o seu posicionamento”.
O conteúdo foi apoiado por celebridades como Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank e retuitado por famosos como Marcelo Adnet, Gaby Amarantos e o jornalista Glenn Greenwald.