O escritor Sérgio Sant’Anna, considerado um mestre dos contos e um dos maiores nomes da literatura brasileira, morreu neste domingo (10), aos 78 anos, no Rio. Ele estava internado em um hospital particular na Zona Norte do Rio, com sintomas da Covid-19. Ele deixa dois filhos, Paula e André Sant’Anna.
A notícia foi divulgada pela irmã de Sérgio, a também escritora Sonia Sant’Anna, por meio de seu perfil pessoal no Facebook (leia abaixo).
Na véspera, Sonia havia publicado, na mesma rede social, que o irmão apresentava sinais de melhora clínica. Ele estava internado desde o dia 3 de maio com sintomas da Covid-19, conforme havia sido informado pelo jornal “O Globo”.
O Hospital Quinta D’or, onde o escritor estava internado, confirmou a morte, ocorrida na madrugada, e disse não ter autorização para divulgar detalhes.
Em uma carreira de mais de cinco décadas, Sérgio Sant’Anna tinha na experimentação literária uma de suas marcas. Dentre suas principais obras, estão “Um crime delicado” (1997), “O concerto para João Gilberto no Rio de Janeiro” (1983) e “O homem-mulher” (2014). O mais recente é “Anjo noturno” (2017). Todos são editados pela Companhia das Letras.
O escritor, que torcia pelo Fluminense, também fez do futebol tema de suas histórias.
“Agradeço aos amigos que me procuram em busca de notícias do Sergio. Esse apoio tem sido de grande importância para nós. Ele ficará muito contente, ao se recuperar, ao saber como vocês gostam dele. Aqui vai o último boletim. Situação pulmonar estável. Os rins continuam não respondendo bem, e vai ser feita a diálise. Aos poucos ele vai acordando, mas ainda sem recuperar de todo a consciência”, publicou Sônia no sábado (9).
Nascido no Rio, em 1941, Sérgio Sant’Anna completou 50 anos de carreira em outubro passado. Ele era considerado um dos mestres do conto no país.
Contista, romancista, poeta e professor, Sérgio Sant’Anna estreou na literatura em 1969, com o livro de contos “O sobrevivente”, obra que o levou a participar do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.
Ao longo dos mais de 50 anos de carreira, o escritor ganhou três vezes o Prêmio Jabuti, três vezes o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e uma vez o prêmio da Biblioteca Nacional.
O escritor teve sua obra traduzida para o alemão, italiano, francês e tcheco.