É foto com nova camisa e cartão de sócio-torcedor do Fluminense, vídeo da tia pedindo para ele retornar, embalagem de hambúrguer com mensagem “#VoltaMonstro” e até pilha de Fred: “Começou assim comigo”. A torcida tricolor, já empolgada pela contratação do camisa 9, foi à loucura nos últimos dias com as postagens sobre Thiago Silva nas redes sociais.
O clube também tem o mesmo sonho de repatriar o zagueiro de 35 anos, cujo contrato com o Paris Saint-Germain, da França, se encerra no fim deste mês e, segundo os jornais franceses “L’ Équipe” e “Le Parisien” não será renovado (deve ocorrer uma extensão para a conclusão da Liga dos Campeões 2019/2020 após a retomada da competição).
Internamente, o Fluminense sabe que se trata de um sonho difícil no curto prazo e entende que a maior viabilidade é trazê-lo após a Copa do Mundo de 2022. Enquanto isso, monitora o desenrolar da situação do zagueiro.
Mas por que não correr atrás agora, que ele ficará livre no mercado? Não é tão simples quanto parece. Alguns fatores dificultam a tentativa, principalmente estes três:
1) Ambição pela Copa: apesar do desejo de um dia voltar ao Fluminense, Thiago Silva tem como prioridade, no momento, jogar a sua última Copa do Mundo daqui a dois anos. E para isso, ele entende que permanecer no futebol europeu tendo destaque manterá mais alta a sua chance de convocação. O zagueiro é um dos homens de confiança de Tite, que o tinha nos planos para o início das Eliminatórias, adiadas em razão da pandemia de coronavírus.
2) Estafe não quer retorno agora: as pessoas que administram a carreira de Thiago Silva não são a favor da ideia do retorno do jogador ao Brasil neste momento. Com o entendimento que ele ainda possui mercado na Europa, creem que o zagueiro pode fazer um último grande contrato por lá. Everton, da Inglaterra, e Milan, da Itália, têm interesse no “Monstro”;
3) Outro patamar financeiro: um dos zagueiros mais bem pagos do mundo, Thiago Silva ganhava por mês no PSG mais do que a folha salarial inteira do Fluminense. Para voltar, a redução teria que ser tão drástica que causaria impacto em seu padrão de vida.
Por enquanto, não há nenhuma negociação em andamento entre Flu e Thiago Silva. O que não quer dizer que não tenham havido conversas. No ano passado, por exemplo, quando o zagueiro visitou o CT Carlos Castilho para manter a forma física durante as férias, Mário manifestou o desejo da repatriação, e o jogador explicou que a prioridade no momento era ainda atuar mais um tempo na Europa.
Neste cenário, um retorno agora, apesar de não ser impossível, segue improvável. Dependeria de diversos fatores, como não aparecer nenhuma proposta que lhe agrade financeira e esportivamente da Europa, ter a confiança de que continuaria no radar na Seleção mesmo jogando no Brasil, além de aceitar abrir mão de muito, mas muito dinheiro.
Cria de Xerém, Thiago Silva jogou até o sub-16 no clube e se profissionalizou no RS Futebol. Após passar pelo Juventude, jogou no Porto e no Dínamo de Moscou. Na Rússia, chegou a ficar internado por seis meses com tuberculose. Ao retornar ao Fluminense em 2006, recuperou seu futebol e deslanchou na carreira. Defendeu o Tricolor até 2008, tendo disputado 146 jogos, marcado 14 gols e conquistado o título da Copa do Brasil de 2007 e sido peça importante no vice da Libertadores em 2008.