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‘A gente acredita ter superado o momento mais difícil’, diz governador do AM sobre pandemia de Covid-19

Por G1 AM

O governador do Amazonas, Wilson Lima, informou em entrevista à Globo News, nesta terça-feira (2), que a decisão de reabrir o comércio não essencial foi tomada com base em dados do comitê de crise que apontam queda nos números de Covid-19 no estado. “A gente acredita ter superado o momento mais difícil do coronavírus”, declarou Lima. Até esta segunda-feira (1º), o estado contabilizada mais de 41 mil infectados, com mais de 2 mil mortes.

O Amazonas é o segundo estado com a maior incidência por mortes a cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá. Durante a pandemia, o estado chegou a ter 96% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados para pacientes de Covid-19. O colapso na saúde gerou um colapso funerário, com corpos enterrados em valas comuns, recorde histórico de enterros e contêineres frigoríficos espalhados pela cidade.

Wilson Lima disse que o comitê de crise, que acompanha evolução dos números, aponta que houve queda no número de óbitos confirmados de Covid-19, aumento de recuperados, queda no número de enterros e ampliação da rede pública de atendimento na saúde. Conforme Lima, esses números levaram à decisão de reabertura gradual do comércio, que teve início nessa segunda-feira (1º).

“Aqui na capital nós tivemos uma diminuição nos casos, enquanto que no interior nós temos um aumento de casos confirmados, só que há uma diferença de letalidade. Enquanto eu tenho uma taxa de 8% de letalidade na capital, no interior é de 3,5%. E nós montamos unidades intermediários em oito cidades polos”, informou.

Hospital de Retaguarda da Nilton Lins foi aberto para atender vítimas de Covid-19. — Foto: Divulgação/Secom

Hospital de Retaguarda da Nilton Lins foi aberto para atender vítimas de Covid-19. — Foto: Divulgação/Secom

De acordo com o governador, nesta terça-feira (2), a taxa de ocupação das UTIs era de 69%. Questionado sobre a média local de 50 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a nacional é de 14,2 mortes, Lima afirmou que “ainda há muita coisa que a gente precisa descobrir”.

“Todo mundo sabe da dificuldade que temos na nossa rede de atendimento na área da saúde no Amazonas… Temos uma ligação muito grande com a China e Japão e outros países onde haviam incidência muito grande da doença em razão do Polo Industrial de Manaus. Uma série de fatores, como essa ligação, além do fato do Amazonas estar no período chuvoso, que chamado de inverno amazônico, em que há incidência maior de síndromes respiratórias, fez com que nós tivéssemos um quadro mais agravado da Covid-19”, explicou.

Povos indígenas infectados por Covid-19

A Covid-19 também se alastra pela população indígena durante a pandemia. Até o boletim dessa segunda-feira (1º), mais de 600 indígenas do Amazonas já haviam sido infectados pelo novo coronavírus, com 33 mortes.

O governador do Amazonas informou que trabalha em parceria com o Governo Federal para definir estratégias de assistência a indígenas, como assistência social para garantir segurança alimentar, com distribuição de cestas básicas, parceria com prefeituras para evitar entrada de pessoas não indígenas nessas áreas.

“O que tava acontecendo é que os indígenas acabavam entrando em uma unidade hospitalar e não havia uma diferenciação de quem era e não era indígena. Recentemente, nós cedemos uma ala para a montagem do hospital indígena em parceria com o Governo Federal e já estamos recebemos”, informou.

O governo havia anunciado, em meados de abril, sem dar prazos, que um hospital de campanha seria montado para atender exclusivamente a população indígena. O Ministério da Saúde não respondeu aos questionamentos do G1 sobre a execução do projeto.

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