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Acre tem a terceira maior produção para o próprio consumo do Brasil, diz IBGE

Por ASCOM

Segundo a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua – Outras formas de trabalho, o estado tem a taxa de 12,2%, sendo a maior da região e a terceira maior do Brasil. Os estados com maiores taxas do país são, Piauí (22,3%) e Maranhão (14,9%) e de menores taxas, Rio de Janeiro (1,7%) e Brasília (2,5).

A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantam informações sobre o tema “outras formas de trabalho” que traz conhecimentos sobre os afazeres domésticos no domicílio ou em domicílio de parente; o cuidado de pessoas; a produção para o próprio consumo; e o trabalho voluntário.

A taxa de realização de produção para o próprio consumo é maior entre homens. O único estado que esse dado difere é Rondônia.

Produção para o próprio consumo

Em 2019, 81 mil de pessoas de 14 anos ou mais realizaram produção para próprio consumo. A taxa vem oscilando desde 2017, quando foi de 13,6%, passando para 15,4% em 2018 e chegando a 12,2% em 2019.

Essa taxa era maior entre os homens (16%) e entre as pessoas não ocupadas (12,3%), que foram as categorias com uma redução entre 2018(16,8) e 2019(12,9) de (3,9 p.p.).

A taxa de realização de produção para o próprio consumo tem relação enorme com a escolaridade: 21,5% entre as pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto e 4,0% entre as com ensino superior completo.

Em relação às atividades de próprio consumo, 88,6% afirmaram realizar cultivo, pesca, caça e criação de animais; 19,5%, produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material; 3,0%, fabricação de calçados, roupas, móveis, cerâmicas, alimentos ou outros produtos e 3,3%, construção de prédio, cômodo, poço ou outras obras para próprio uso. Uma pessoa pode ter realizado mais de um tipo de atividade. Em relação a 2018, houve acréscimo, apenas no cultivo, pesca, caça e criação de animais, nos outros houve redução dos percentuais, com mais destaque para “produção de carvão, corte e coleta de lenha, palha ou outro material” (- 10,6 p. p.).

Afazeres domésticos

As mulheres têm as maiores taxas de afazeres domésticos em todas as regiões do Brasil. No estado do Acre não é diferente, enquanto a taxa de afazeres domésticos dos homens é de 78,2%, as mulheres têm o total de 92,3% das mesmas atividades. O único serviço no qual os homens (127 mil, 49,5%) se sobressaem sobre as mulheres (72 mil, 23,3%), é em fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos.

Em 2019, 85,4% das pessoas de 14 anos ou mais realizaram afazeres domésticos, em seu próprio domicílio ou em domicílio de parente. Esse percentual corresponde a 556 mil de pessoas, um acréscimo de 22 mil em comparação a 2018 (86%).

Amapá é o estado com menor diferença entra a taxa de homens e mulheres.

Os afazeres domésticos são agrupados em oito conjuntos, assim identificados: 1) reparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça; 2) cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos; 3) fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos; 4) limpar ou arrumar o domicílio, a garagem, o quintal ou o jardim; 5) cuidar da organização do domicílio (pagar contas, contratar serviços, orientar empregados); 6) fazer compras ou pesquisar preços de bens para o domicílio; 7) cuidar dos animais domésticos; e 8) outras tarefas domésticas.

Cuidado de pessoas

Sobre o cuidado de pessoas, as mulheres também tem a maior taxa em relação aos homens. No estado a taxa de realização é de 34,6 para as mulheres e de 23,9 para os homens. A região norte e nordeste apresentam as maiores diferenças entre essas taxas, 13,5% e 13,7% respectivamente. A realização de cuidados está ligada principalmente à presença de crianças no domicílio. Portanto, é esperado que pessoas em idade de ter filhos fossem mais propensas a realizar cuidados.

Entre os grupos de idade analisados, a maior taxa de realização foi a de pessoas de 25 a 49 anos (39,3%), faixa etária em que é mais provável a presença de filhos no domicílio. Entre os jovens de 14 a 24 anos, a taxa foi de 26,9%, enquanto entre os de 50 anos ou mais, 14,6%. As mulheres de 25 a 49 anos tinham a maior taxa de realização (44,3%) e os homens 50 anos ou mais, a menor (34,1%).

Entre as pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto, 26,7% realizaram cuidados, enquanto entre aquelas com superior completo esse percentual foi de 29,2%. Essa tendência da taxa aumentar com o nível de instrução é marcada pelo comportamento dos homens. Entre os com superior completo, a taxa foi de 26,7% e entre os sem instrução ou com fundamental incompleto, 22,4%. No caso das mulheres, o maior percentual ocorreu entre aquelas com médio completo e superior incompleto (39,8%), seguida pelas mulheres com ensino fundamental completo e médio incompleto (36,1%) e caindo para 30,8% entre as com nível superior completo.

A realização de cuidados era maior entre aqueles que se declararam pardos (80,4%), seguida pela branca (27,%) e preta (7%). A diferença na taxa dos homens pardos em relação aos homens brancos foi de 53,4 p.p., enquanto entre mulheres pardas (81,9%) e brancas (13,2%), 68,7 p.p.
Trabalho Voluntário

O trabalho voluntário, na PNAD Contínua, é definido como aquele não compulsório, realizado por, pelo menos, uma hora na semana de referência, sem receber nenhuma remuneração em dinheiro ou benefícios.

Em 2019, 15 mil de pessoas de 14 anos ou mais realizaram trabalho voluntário na semana de referência da pesquisa, o que corresponde a 2,7% dessa população. Esse percentual foi maior entre as mulheres (2,6%) e entre as pessoas ocupadas (2,8%). Em 2018, a taxa de realização de trabalho voluntário era de 4,7%.

A realização de trabalho voluntário aumenta com a escolaridade. A taxa era de 2,0% para as pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto e de 2,8% para aquelas com ensino superior completo.

O trabalho voluntário pode ser feito individualmente ou através de empresa, organização ou instituição. A proporção de pessoas que o realizam de forma individual foi pequena, e vem caindo a cada ano: 4,7% em 2017; 3,6% em 2018 e 2,3% em 2019. Entre as pessoas que fizeram trabalho voluntário, 90,4% o realizaram em empresa, organização ou instituição e 9,6% individualmente, sendo que a pessoa pode ter feito em mais de um local. Em relação à frequência, 57% responderam realizar quatro ou mais vezes por mês, enquanto 13,6%, eventualmente ou sem frequência definida. Já o tempo médio dedicado era de 8,1% horas semanais.

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