Contra coronavírus, povo indígena no Acre faz grande coleta de ervas e plantas

Após resultado positivo para coronavírus em um morador da Terra Indígena Yawanawá do Rio Gregório, em Tarauacá, a liderança de uma das aldeias, Biraci Brasil, informou que o povo tem feito grandes coleta de ervas e plantas para preparo de chás. A ideia é usar a tradicional medicina da floresta para tratar os que manifestaram os sintomas da covid-19.

Brasil informou que uma gripe muito forte passou pela comunidade, mas todos estão se recuperando e seguindo com as atividades. No entanto, alguns ainda estão doentes. Porém, até o momento só há um único caso de covid-19 confirmado.

Biraci é líder na aldeia Nova Esperança. O caso comprovado é de outra aldeia da terra indígena. O paciente foi testado por uma equipe de saúde que fez atendimentos no local.

“Continuamos em nossas comunidades se medicando com nossas plantas tradicionais, principalmente os chás de ervas das quais conhecemos. Estamos realizando um grande dia de coleta de ervas e plantas para fazer uma grande produção de chás, pois estas plantas sim são poderosas e sabem de verdade o que cada um tem e o que cada um precisa ser ajudado”, disse, em seu perfil no Instagram.

No início de maio, na aldeia de Biraci, os moradores decretaram lockdown e bloquearam o acesso à comunidade com cercado feito de troncos atravessando o rio Gregório.

A medida é um endurecimento dos procedimentos adotados anteriormente pelo povo da queixada. Em abril, eles haviam proibido a visita de “brancos” às aldeias sob o mesmo intuito. A terra indígena é uma das mais visitadas por estrangeiros no Acre, sobretudo na época do tão aguardado festival tradicional, realizado anualmente.

“Nosso território é divido em 8 comunidades, cada uma delas com sua liderança, alguns compactuam de projetos, pensamentos iguais aos outros, sendo que outros tem sua forma própria de conduzir sua comunidade. Mais que no geral somos uma família, o Povo Yawanawa e que acima de qualquer situação todos queremos o bem comum”.

A preocupação de Biraci é, sobretudo, com os mais velhos, que estão no grupo de risco para a doença. O tempo de viagem entre as aldeias do rio Gregório e a cidade de Tarauacá pode chegar a 8 horas, a depender da época do ano, o que pode ser fatal em um possível caso grave da enfermidade.

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