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Empresária da capital diz que medidas contra covid são desiguais: “Tentei não demitir”

Por TON LINDOSO, DO CONTILNET

Denise Borges, dona de um restaurante na capital, fez pelo menos duas postagens em seu perfil pessoal no Facebook para falar sobre a atual situação no Acre. Ela questiona o decreto que mantém fechado empreendimentos como o dela e reclama das regras, classificadas por ela como desiguais.

Na primeira postagem, ela questiona o isolamento social: de acordo com ela, ao implantar um serviço de delivery, os funcionários que continuaram trabalhando estão com a saúde em dias, enquanto os funcionários que foram suspensos do trabalho, amparados pelo Governo Federal, contraíram a doença.

“Com o restaurante fechado, implantei o delivery e escolhi para trabalhar neste delivery somente os colaboradores que não precisam de pegar ônibus, que tem suas próprias conduções. O restante, optamos por suspensão [pagos pelo Governo Federal]. Estão de quarentena desde 17/03. Teriam que voltar dia 10/06 e para minha surpresa não voltaram porque estão com covid. E os que estão trabalhando no delivery nunca tiveram nada”, diz Denise no primeiro post.

O segundo é um extenso desabafo. Dentre outras falas, Denise destaca que o seu sentimento é de que os empresários não valem nada, visto a forma com que ela diz estar sendo tratada. “A única coisa que queríamos é que houvesse uma data, uma resposta, um apoio. Mais nada! Nem uma reuniãozinha com empresários foi concedida. Definitivamente não valemos nada. Agora cada um por si e Deus por todos”, desabafa.

Confira a postagem na íntegra:

Há 36 anos, nossas empresas vêm contribuindo com o comércio local, inovando e empregando. Pagamos muitos impostos para este estado e para o governo federal.
Acabaram de renovar o decreto e lá vamos nós para quase 4 meses fechados. Tentei não demitir ninguém. Me agarrei na hipótese de que iria passar. Sinceramente agora me arrependo.

Quero aqui esclarecer que delivery não salva as empresas. Uma empresa grande com muitos encargos e compromissos não se mantém com delivery. Falo isto por nós e por todos do nosso ramo. A realidade é a mesma. Ouvi de uma política que precisamos nos reinventar. Mais??? Passamos noites e dias tentando nos reinventar. Falar é fácil. Difícil mesmo é se colocar no lugar do outro.

Não tem testagem, não tem remédio, são poucos médicos e enfermeiros, não tem UTI e quem paga a conta são empresários pequenos, médios e grandes. E não venham me dizer que os empresários são os responsáveis pela disseminação do covid. Não somos não.

Governo decreta quarentena a 3 meses atrás e a maioria não cumpre. Governo não fiscaliza. Quase todos abertos e poucos fechados. De que adiantou isto? E não venham aqui me xingar e dizer que só penso em dinheiro e que quero matar meus colaboradores porque nada que vocês falarem é real. As medidas tomadas foram de total desigualdade. Resolvi falar sim. Luto todos os dias a 36 anos e continuo lutando. O que falta no mundo é menos julgamento e EMPATIA.

Ninguém tem noção do que é ficar desempregado. É isto que está acontecendo. Desemprego em massa. É o cenário atual. Enquanto tiver recebendo seguro desemprego e auxílio emergencial tudo estará bem. Quero ver quando acabar isto. A única coisa que queríamos é que houvesse uma data, uma resposta, um apoio. Mas nada!!! Nem uma reuniãozinha com empresários foi concedida. Definitivamente não valemos nada. Agora cada um por si e Deus por todos.

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