Não apenas as rotinas foram alteradas com a pandemia do novo coronavírus no Acre e em todo o mundo. A cultura, tão importante quanto a economia para o nosso bem-estar, também foi drasticamente afetada. Em especial, neste mês de julho, a arte das quadrilhas não será apreciada pelos acreanos.
Os encontros animados pelo famoso “anarriê” e pelos trajes caipiras diversos de pares que dão energia à população não acontecerão.
Com isso, a frustração e o prejuízo dos organizadores de quadrilha, que se preparam desde o final de 2019, também são consideráveis, é o que afirma o presidente da Liga de Quadrilhas do Acre, Jimy da Silva Lima.
Ele, que é também coordenador do grupo Matutos da Roça, disse que mais de R$ 40 mil foram investidos pelos artistas neste ano, para o mês de arraial e festas juninas.
“O prejuízo e frustração são grandes. Algumas quadrilhas já investiram muito dinheiro desde o ano passado, mas não teremos festas juninas e apresentações. Consequentemente, não é apenas a cultura que perde, mas também a economia, já que inúmeros pais de família dependem destas festividades para levarem dinheiro para casa e sobreviver com os seus. É lamentável, mas infelizmente nada pode ser feito. Não podemos aglomerar. Tem um vírus nos ameaçando”, disse o Jimy.
A reportagem do ContilNet, em contato com o presidente da Fundação Elias Mansour, Manoel Pedro, o Correinha, foi informada que há uma preocupação por parte do órgão com os vários segmentos da Cultura, incluindo a rede de quadrilhas.
“É fato que o prejuízo alcança todos os segmentos da Cultura, incluindo as quadrilhas juninas, e isso nos preocupa muito. No fim das contas, não é apenas quem faz arte que padece, mas também nossa economia, que depende dos eventos, de arrecadação, de movimentação de recursos”, considerou.
Correinha também disse que um segundo edital do Conect Cultura, aberto para beneficiar artistas do Acre que desejam realizar apresentações por lives, em várias categorias, está sendo preparada pelo órgão, para minimizar os impactos.
“Até a segunda semana de julho publicaremos o segundo edital, fazendo com que os danos sejam reduzidos” finalizou.
O órgão estuda ainda a possibilidade de realizar uma live de quadrilhas juninas no próximo mês.
Aurimar Aragão, representante e coordenador do “Amor Junino”, do bairro Recanto dos Buritis, ao declarar que a sensação é de “coração partido”, também afirmou que o prejuízo do seu grupo é de quase R$ 45 mil, tendo em vista que parte dos trajes já haviam sido comprados, além de outros custos.
“É de partir o coração. Estávamos numa expectativa, compramos parte dos trajes, ensaiávamos há vários meses e de repente formos surpreendidos com uma pandemia que afetou a nossa saúde, nossa arte e o nosso bolso”, completou.