O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, esteve reunido na manhã desta sexta-feira (26), com o Ministério Público do Acre e representantes das instituições religiosas, sindicatos, Associação Comercial, empresários e sociedade civil para debater o plano de reabertura do comércio.
Com a apresentação do ‘Pacto Acre sem Covid’, feita pelo governo no início desta semana, a decisão sobre a flexibilização do decreto permitindo o retorno das atividades comerciais passou a ser dos prefeitos. Por outro lado, o Estado estabeleceu critérios para que o chefe do executivo municipal tenha aval de tomar esta decisão.
O principal critério estabelecido no plano é que o município atenda aos indicadores que levam em conta o nível de contaminação, responsabilidade social e capacidade do sistema de saúde. Foram estabelecidos níveis de classificação de risco divididos em Vermelho, Laranja, Amarelo e Verde, respectivamente do mais perigoso para o menos perigoso.
Semanalmente o curva de contaminação será avaliada e se nos últimos sete dias apresentar redução, as prefeituras poderão dar a autorização para as reaberturas conforme a classificação.
Com 1.973 casos confirmados de coronavírus, conforme o boletim da quinta-feira (25), Cruzeiro do Sul, assim como todos os outros municípios do Acre está na classificação Vermelha.
Antes mesmo da decisão do governo, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul já havia tomado para si esta responsabilidade e montado um plano para reabertura gradual do comércio no município e chegou o momento de receber as propostas dos órgãos competentes, da sociedade e dos comerciantes.
“É um tema muito delicado, nós sabemos como tem sido difícil perder entes queridos para este vírus, assim como tem pessoas ainda enfrentando com a doença ou a sequela dela. Já conversamos com associações, setores comerciais, instituições religiosas para debatermos juntos esse tema difícil que é vidas e economia, eu não posso assumir esta responsabilidade sozinho, precisamos dialogar, é importante que a população esteja envolvida na decisão final”, explicou o prefeito.
Ilderlei Cordeiro lembra que o município tem feito todo o esforço para enfrentar da melhor forma a pandemia, mas existem dificuldades como a falta de testagens. O prefeito enfatizou que apenas a população tem um papel fundamental neste momento, pois somente diante da diminuição de casos, a reabertura do comércio será possível.
“Infelizmente não temos a condição epidemiológica para reabrir o comércio agora, precisamos esperar a diminuição dos casos. Temos o hospital de campanha próximo a abrir, mas isso não é o único critério que vai garantir a reabertura. Temos uma quantidade de casos muito maior do que está registrado nos boletins, pois não temos testes rápidos, compramos, mas ainda não recebemos pois está em falta”, detalhou Cordeiro.
O promotor cível de Cruzeiro do Sul, Ocimar Júnior, destacou que o diálogo entre poderes e a sociedade civil organizada é fundamental, “pois é daqui que sairão os encaminhamentos para entendermos quais critérios precisamos cumprir para sairmos do nível vermelho para o laranja e assim, o município ter a possibilidade de fazer esta flexibilização”, resumiu o promotor.
COMÉRCIO
A representante da Associação Comercial, Maria Eduarda, disse que os comerciantes seguem na expectativa pela reabertura. “Desde o início os comerciantes ficaram apavorados por conta da folha de pagamento e os compromissos financeiros. A cada novo decreto ficávamos na expectativa e agora, foi extipulado que ao chegar no nível laranja e agora a pergunta é: quando?. Nesta reunião, percebemos que agora estamos dependendo da população compreender a importância do isolamento social”, declarou Maria Eduarda.
O empresário Maik Negreiro de Melo, representante dos comerciantes da Galeria Joãozinho Melo, disse que seus colegas estão preocupados com seus estabelecimentos fechados e acreditam que é possível reabrir com segurança. “É um local com comércios pequenos e nem em períodos normais há aglomeração. É um espaço amplo e na nossa opinião é possível reabrir sim”, argumentou o empresário.
REABERTURA DE IGREJAS
O bispo da Diocese do Juruá, Dom Flávio Giovanale, disse que a Igreja Católica é contra a abertura das igrejas e templos religiosos. “Nós não somos especialistas em saúde pública, então temos que confiar em quem é, esperar a decisão. Nosso principal ponto é defender a vida. Se temos pessoas mortas, não teremos culto, então é melhor aguardar e quando puder, vamos nos readaptar”, disse o bispo.
Em contrapartida, o representante da Associação dos Ministros Evangélicos do Acre (Ameacre), pastor Sirley diz que as igrejas evangélicas estão preparadas para a reabertura. “Somos a favor do retorno com limite. As igrejas estão preparadas para este retorno, mas estamos obedecendo e cumpriremos o decreto. Temos nos movimentado, usando as redes sociais e todas as ferramentas que está nas mãos para atender as pessoas que precisam tanto de uma palavra de fé neste momento”, explicou o pastor.