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Padre Massimo critica decreto de reabertura de templos no AC: “Igreja também é em casa”

Por EVERTON DAMASCENO, DO CONTILNET

Padre Massimo/Foto: Reprodução

Com 75 anos de vida, comemorados nesta quinta-feira (5), dia do seu aniversário, o padre da Diocese de Rio Branco, Massimo Lombardi, agradeceu as inúmeras felicitações lançadas pelos fieis e amigos nas redes sociais (espaço intermediário em que os encontros têm ocorrido ultimamente, por conta da pandemia do novo coronavírus).

“Eu estou me sentindo muito grato por tudo o que vivi e às pessoas. Esse momento de distanciamento físico e não social – porque nossas relações ainda podem se manter -, resgato a ideia de que nós estamos aprendendo a viver com o que é suficiente. Tínhamos por exemplo, por muito tempo, esquecido a fé e a solidariedade, que estão muito fortes neste período”, disse o vigário.

Em entrevista ao ContilNet nesta sexta-feira (5), padre Massimo explicou que seu presente de aniversário é poder ver a união entre as pessoas para o combate do pior inimigo que estamos enfrentando: o coronavírus.

“Não é o momento de embates políticos entre poderes. É o momento de darmos as nossas mãos. Olharmos para os países que conseguiram enfrentar esta pandemia de uma forma muito satisfatória, sem guerra ou ataques. Infelizmente, no Brasil, não sabemos a quem obedecer, pois um diz uma coisa e outro diz outra. Precisamos nos unir, de fato”, comentou.

Massimo elogiou o trabalho que vem sendo desempenhado por Gladson Cameli e Socorro Neri, à frente do executivo estadual e municipal, no combate ao vírus e na estruturação de medidas de isolamento.

“Estou muito satisfeito com a atuação do governador e da prefeita no combate a este vírus que tem nos amedrontado tanto, mas que vai passar”, continuou.

Sobre o Projeto de Lei (PL) aprovado na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), que prevê o retorno das atividades religiosas no Estado, por meio da reabertura dos templos, com 30% de lotação permitida, o religioso disse que a decisão não foi acertada.

“Projeto super errado. Estamos em uma fase, ainda, em que a cada dia o número de óbitos e infectados cresce significativamente no nosso Estado. Não temos condições de testar as pessoas. A orientação dada a nós católicos é a mesma: igrejas fechadas. Vamos correr riscos?”, questionou.

Ao final da entrevista, Massimo resgatou um pensamento atual da crença católica de que a igreja também é doméstica.

“Temos refletido muito sobre isso nestes tempos. As orientações estão ocorrendo normalmente por meio das tecnologias. É a forma mais segura que temos de nos relacionar com os fieis, e ninguém está abandonado por isso. Pelo contrário, as pessoas estão aprendendo que a igreja também é doméstica. Ela começa em casa, na comunhão com os nossos”, finalizou.

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