Após se engasgar enquanto mamava no peito da mãe e ficar 22 dias internada, a recém-nascida Maria Clara de Aguiar, de 2 meses de vida, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), na Região Metropolitana da capital. Para a mãe, Isabel Aguiar de Lima, de 30 anos, foram dias muito difíceis. Ela conta que teve medo de perder a filha.
“A gente internou porque ela engasgou e bronqueou. Quando dei entrada no hospital ela já estava com o pulmão bastante afetado, precisou ser intubada duas vezes. Toda vez que ela era intubada, eu pensava que não ia voltar para casa com ela. Graças a Deus, ela está melhor”, afirma.
O hospital informou que Maria Clara já deu entrada na unidade de saúde com quadro de laringomalácia, um distúrbio caracterizado pelo colapso das cartilagens laríngeas durante a inspiração, com obstrução da glote.
Maria deixou o hospital na quinta-feira (16). A equipe de profissionais da UTI preparou uma ação lúdica e humanizada para comemorar a melhora no quadro clínico dela. Segundo a pediatra Larissa Araújo, a recém-nascida passou quase todos os dias de vida internada.
“A Maria Clara é uma paciente que, nos quase três meses de vida, passou praticamente internada na UTI. A mãe dela veio para o Hmap muito ansiosa em função disso, pois é muito angustiante a criança ter toda a vidinha dela na UTI”, relata.
De acordo com a pediatra, Maria Clara passou por dias difíceis na internação e fez vários exames. Durante a alta, a mãe da recém-nascida recebeu orientações para conseguir seguir cuidando dela em casa.
“Nós decidimos dar uma alta humanizada, lúdica para ela. Reunimos toda a equipe multidisciplinar para ensinar a mãe todos os cuidados que são necessários em casa com uma paciente prematura, para a mãe sair do hospital segura da alta e que ela vai conseguir cuidar da filha, independente de todos os diagnósticos. A equipe ensinou a mãe como administrar os remédios, como posicionar a bebê para dormir e para mamar”, comenta a pediatra.
Para a psicóloga da UTI pediátrica, Nayara Ruben, o atendimento humanizado está vinculado à criação e manutenção do vínculo entre a mãe e o bebê.
“Durante toda a internação a gente trabalha no sentido de manter e fortalecer esse vínculo. Com a alta humanizada, a intenção é deixar essa mãe o mais segura possível com a filha em casa. Nosso intuito foi preparar a mãe para enfrentar o que vem pela frente e nos colocar como uma rede de apoio, o que é importante neste momento. Mesmo recebendo alta, a psicologia está à disposição com atendimentos ambulatoriais para a família, caso precisem de um apoio ou acolhimento”, explica.