Com quase 60 mil mortos e mais de 1,4 milhão de infectados, o Brasil ainda não chegou no pico da pandemia da covid-19, segundo a diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, Carissa Etienne. Esse momento, projeta ela, só será em agosto.
“Conforme as condições atuais, acredita-se que a pandemia atingirá um pico no Chile e na Colômbia em meados de julho, mas na Argentina, Brasil, Bolívia e Peru só em agosto, e a Costa Rica só achatará sua curva de infecções em outubro”, disse Etienne em uma coletiva de imprensa virtual nesta terça-feira, 30, a partir de Washington.
De acordo com a autoridade da OMS, as Américas são o epicentro mundial da pandemia de coronavírus atualmente, e a cifra de óbitos na região como um todo pode quase triplicar e atingir 637 mil até o dia 1º de outubro.
Atualmente, o Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos e de mortes pelo novo coronavírus, só ficando atrás dos Estados Unidos, e diretores da OMS disseram que pediram diversas vezes que o país aumente os exames e transmita uma mensagem coerente à população.
Por mais de uma vez o presidente Jair Bolsonaro já minimizou a pandemia, classificando a Covid-19 de uma “gripezinha” e desdenhando do número de mortos pela doença no país.
Ele também entrou em rota de colisão com governadores que adotaram medidas de distanciamento social, como o fechamento do comércio, e acusou chefes de Executivos estaduais de exterminarem empregos. Agora, o país está em processo de flexibilização do isolamento, apesar da alta diária nos casos e mortes em decorrência da doença.