A aquisição e o uso do medicamento ivermectina cresceram substancialmente no Brasil após a droga ser apontada como possível aliada na prevenção da covid-19, embora sua eficácia não tenha sido comprovada pela ciência até o momento.
Preocupado com o uso indiscriminado do remédio, o cirurgião-dentista acreano Jorge Roque, mais conhecido como Pancho, alertou, em seu perfil no Facebook, para possíveis problemas nos rins, e até no fígado, ocasionados pelo uso do medicamento.
“Você conhece alguém que tomou ivermectina como prevenção e pegou o covid19? Fico preocupado com o uso indiscriminado desse medicamento. Tenho medo que ele venha a causar graves problemas renais na população”, escreveu o profissional.
De acordo com ele, a ideia do post foi também o de consultar seguidores e pacientes para saber se alguém havia contraído a doença mesmo fazendo uso da droga da vez dos debates pseudocientíficos, realizados, sobretudo, nas redes sociais.
Das mais de 70 pessoas que interagiram na postagem, boa parte afirmou ter tomado o medicamento. Pelo menos uma delas disse ter sido diagnosticado com a covid-19 mesmo ingerindo a ivermectina. Os relatos preocuparam ainda mais o profissional.
“Geralmente, os medicamentos são tóxicos para rins e fígado. A ivermectina é usada como veneno para piolho e parasitas e há relatos de efeitos colaterais. Normalmente, se tomam duas pílulas para tratar esses problemas, porém, as pessoas estão ingerindo pelo menos seis para prevenirem o coronavírus e isso pode desencadear sérios problemas”, disse.
Segundo ele, a hepatite medicamentosa, uma inflamação no fígado, está no rol de possibilidades de efeitos colaterais da droga, além do funcionamento inadequado dos rins.
