O empresário e pecuarista Fernando Zamora, que era até quarta-feira (2) a promessa do Partido Social Liberal (PSL) para a Prefeitura de Rio Branco, nas disputa das Eleições 2020, desistiu da sua pré-candidatura nesta quinta-feira (2), em uma carta publicada por ele mesmo.
No texto, Zamora diz que a sua pré-candidatura está inviabilizada e que, por isso, se desfiliará do partido, levando em consideração que a “velha política ganhou mais uma batalha”.
O empresário manifestou sua indignação com a possibilidade de o partido apoiar a chapa do PSDB, encabeçada por Minoru Kinpara. As crises iniciaram quando Rocha decidiu ingressar na sigla, mesmo com a reprovação do então presidente Pedro Valério e dos outros filiados.
“Pessoalmente, não temos absolutamente nada contra Minoru Kimpara, que tem a ficha limpa, mas não compactuamos com sua ideologia, princípios e projetos. Seria mais legítimo permanecer em partidos com viés de esquerda, cuja compactuação ideológica não conseguiu negar nas entrevistas, sobretudo quando disse que saiu do PT em razão da corrupção e não por causa dos princípios, da ideologia e do projeto. Somos e sempre seremos éticos, fiéis àquilo que acreditamos e rogo que ainda tenha algum candidato, nestas eleições, que tenha algum projeto sólido, viável e conciso para nossa Rio Branco”, escreveu.
Leia carta na íntegra:
Meus amigos e minhas amigas,
A velha política ganhou mais uma batalha. Isso nos frustra, mas não nos desanima, porque a esperança persiste em um futuro melhor para nossa cidade e nosso estado. Havíamos trabalhado, juntamente com Pedro Valério, por quem guardo muita estima, e toda a militância do PSL, em um projeto para nossa Rio Branco, a curto, médio e longo prazo, nos pautando nas diretrizes que acreditamos, no liberalismo e em valores irrenunciáveis. Estávamos nos preparando para uma campanha linda, que, independente do resultado, fortaleceria a democracia e nosso projeto legítimo.
Esse tipo de projeto é uma ameaça ao establishment (ordem política que vigora no estado), porque expõe as velhas raposas que buscam insaciavelmente o poder e intimida a suas existências. Hoje, quem muito criticou o PT, não se mostra diferente em nem um centímetro no afã de manter-se e aumentar o poder.
A coisa pública merece ser gerida por gente do povo, por gestores desinteressados em seguir carreirismo político, que se limitam a fazer o melhor pelo povo e para o povo. Não é o que pretendem os representantes do sistema, dessa velha política que como um câncer ou um parasita possui uma insistente resistência.
Se concentram em se imbuir no cenário e lá permanecer para, e tão somente, benefício próprio. Isso tem que acabar. Nosso projeto, caso vencedor, seria o início do fim dessa classe.
Nesse quesito, faço questão de ressaltar que tem muita gente boa na política, que luta contra a correnteza, que é honesto, coerente e fiel aos seus princípios, não estou demonizando a política.
Fomos vítimas do ardil de quem tem como projeto unicamente o poder e isso faz distanciar o cenário de um Acre e de uma Rio Branco melhores ao povo. Nossa candidatura resta inviabilizada e iremos nos desfiliar do PSL, que, por um projeto de poder, se distanciou do projeto legítimo de democracia. Jamais iremos apoiar uma candidatura por ser um nome que vai bem em pesquisas, um nome que foi presidente do Partido dos Trabalhadores e que foi candidato ao senado pela Rede Sustentabilidade.
Pessoalmente, não temos absolutamente nada contra Minoru Kimpara, que tem a ficha limpa, mas não compactuamos com sua ideologia, princípios e projetos. Seria mais legítimo permanecer em partidos com viés de esquerda, cuja compactuação ideológica não conseguiu negar nas entrevistas, sobretudo quando disse que saiu do PT em razão da corrupção e não por causa dos princípios, da ideologia e do projeto.
Somos e sempre seremos éticos, fiéis àquilo que acreditamos e rogo que ainda tenha algum candidato, nestas eleições, que tenha algum projeto sólido, viável e conciso para nossa Rio Branco.
Sigo firme em prol da Democracia e agradeço a todos os que se simpatizaram com nosso projeto.
Fernando Zamora