Em clima de paz e amor, o governador Gladson Cameli garantiu, em entrevista exclusiva ao ContilNet, que não vai mexer na estrutura do Progressistas no governo. O chefe do Executivo anunciou, nesta quinta-feira (31), que vai deixar o partido para se filiar ao PSDB após convite de lideranças nacionais.
Para Cameli, isso não implica o fim de sua relação com a legenda por onde se elegeu deputado federal duas vezes, senador e governador. “O Progressistas é um parceiro no governo e, se depender de mim, continuará sendo. Quero o partido me ajudando a governar o Acre”, comentou.
Gladson ressaltou que possui grandes amigos na sigla, entre eles os deputados estaduais José Bestene, Gehlen Diniz e Nicolau Juniora, e a senadora Mailza Gomes, que ocupa a cadeira deixada por ele após a eleição para o governo. Para ele, a parlamentar representa muito bem o estado em Brasília e honra as mulheres acreanas.
“Tomei uma das decisões mais difíceis da minha vida. O Progressistas contribuiu muito para a minha carreira, assim como eu também tentei ajudar a fazer o possível para colaborar com o engrandecimento do partido. Deixo lá uma multidão de amigos”.
Gladson deixa seu partido após desentendimentos com as executivas nacional, estadual e de Rio Branco em relação às eleições na capital. De um lado, o governador quer ver a prefeita Socorro Neri (PSB) por mais quatro anos no comando da cidade. Do outro, dirigentes do Progressistas insistem em Tião Bocalom e Marfisa Galvão (PSD). A chapa não tem a simpatia de Cameli.
O futuro tucano acredita que Socorro Neri, que assumiu a prefeitura após a derrota do petista Marcus Alexandre para o governo, em 2018, vem fazendo um bom trabalho e merece cumprir um mandato inteiro. A relação entre os dois, que já era boa, ficou ainda melhor após trabalharem em total sintonia para conter a pandemia de coronavírus.
O governador afirmou que vê na prefeita as qualidades que bem representam a mulher acreana e destacou o zelo com a coisa pública como um ponto forte da gestora.
“Pensei que o Progressistas poderia me apoiar nessa decisão, mas o tempo foi passando e percebi que eu estava me tornando um incômodo para o partido. Eu estava incomodando as pessoas. Então decidi sair”.