Globo faliu? A verdade por trás dos cortes milionários na TV

A Globo levou um choque de realidade. O canal mais poderoso do Brasil passa por uma reestruturação financeira a fim de tornar sua operação mais rentável. A ordem é cortar gastos e encontrar novas fontes de receita. A recente onda de dispensas de artistas — Renato Aragão, Zeca Camargo, Miguel Falabella, Vera Fischer, entre outros — ressaltou uma das estratégias da empresa para enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19.

A emissora não pode mais se dar ao luxo de manter contratados que ficam 1, 2 até 3 anos recebendo alto salário sem trabalhar entre uma produção e outra. Apenas um pequeno grupo será mantido com vínculo a longo prazo. A maioria dos atores passa a atuar por obra certa. Esse sistema vai gerar economia milionária.

O sinal amarelo acendeu na Globo no início do ano. O último balanço financeiro revelou queda de 8% na receita publicitária em 2019. O grupo faturou R$ 14,1 bilhões, 4% menos do que no ano anterior. O lucro caiu de R$ 1,2 bilhão para R$ 752,5 milhões. Boa parte desse rendimento veio de juros de investimentos, e não de faturamento comercial.

Ainda que receba a maior fatia da verba publicitária dos grandes anunciantes do País, a Globo sabe que os meios digitais são um concorrente cada vez mais forte à televisão. Diante da queda de receita, do fortalecimento de outras plataformas e da perspectiva econômica pessimista em relação aos anos pós-pandemia, a empresa precisa se adequar aos novos tempos.

A revelação de que o canal do clã Marinho exige da FIFA renegociar o custo de transmissão da Copa de 2022, no Catar, prova a obstinação em gastar menos. Em documento, o canal indica até a possibilidade de não exibir o Mundial caso não consiga um desconto nas parcelas anuais de US$ 90 milhões (cerca de 470 milhões). O caso será definido por um tribunal. Até a bilionária Globo passou a pechinchar. Acabou a gastança sem limite.

Outro duro golpe imposto à emissora pela crise planetária do coronavírus é um revés nas cotas de patrocínio da Olimpíada de Japão, adiada para 2021. As marcas que já haviam pago pela visibilidade nas transmissões ganharão descontos generosos, o que vai gerar redução no faturamento previsto. O mesmo acontecerá em relação aos patrocinadores dos campeonatos de futebol suspensos ou encurtados. Menos dinheiro vai entrar no caixa do canal líder da televisão brasileira.

Em resumo, a Globo não quebrou nem corre o risco de ir à falência. Apenas vai faturar menos, o que exige redução de gastos. Trata-se de uma reorganização interna a fim de suportar os desafios impostos pelo ‘novo normal’. Todos os veículos de comunicação serão obrigados a fazer o mesmo. Questão de sobrevivência do negócio.

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