Kinpara é a favor da ciência no poder público e espera que Eleições sejam ‘debates’ de ideias

A terceira rodada de entrevistas com os pré-candidatos à prefeitura de Rio Branco ocorre com o professor Minoru Kimpara (PSDB). Na ocasião, o tucano falou em ciência na administração pública, expectativa para Eleições e propostas que visam melhorar a vida da população.

Kinpara destacou em sua entrevista que, apesar da indicação de três nomes a vice feitas pelo PSL, ainda não decidiu sobre quem irá caminhar com ele na campanha majoritária deste ano. “Quero destacar que quero ao meu lado um vice que assuma o compromisso de melhorar a qualidade de vida da nossa população e que esteja alinhado ao nosso projeto”, declarou.

O professor frisou que foi favorável ao adiamento das eleições, devido ao momento pandêmico vivenciado pelo novo coronavírus. O tucano ressaltou que o próximo prefeito de Rio Branco deve caminhar com a ciência, ao invés do ‘achismo’. Para ele, a população da capital não suporta mais serviços serem realizados sem planejamento. “A mudança é alcançada com planejamento, com perfeita alocação dos recursos públicos e com gestão”, explicou, destacando que “política não é para ser servido, mas para servir”.

Acompanhe os principais tópicos da entrevista:

Professor, o que te motiva para ser o candidato a prefeito de Rio Branco?

O que me motiva como pré-candidato é o desejo por mudança, por transformação e a busca por melhorias para a população de Rio Branco. Tenho muito claro que ser prefeito não é uma tarefa fácil. E também não gosto de fazer a crítica pela crítica. Quando falo que sou guiado pela busca por mudança, me refiro a um modelo de gestão participativo, estratégico e gerencial. A população de Rio Branco não suporta mais que as coisas sejam feitas de qualquer maneira. Por exemplo: uma rua que é asfaltada numa semana e na outra é “cortada” para que possa ser colocado o esgoto. Esse exemplo ilustra bem o que eu digo. A mudança é alcançada com planejamento, com perfeita alocação dos recursos públicos e com gestão. Essas são minhas motivações.

O senhor foi a favor do adiamento das eleições para 15 de novembro?

Sim, fui favorável. Também me pronunciei pelas minhas redes sociais pelo adiamento. Compreendo e sou solidário ao momento que estamos passando. O momento é de união e de respeito pela vida das pessoas. Somente na sexta-feira, 10 de julho, o estado chegou ao total de 417 mortes provocadas pela Covid-19. Não podemos ficar alheios aos malefícios que a doença vem causando à saúde das pessoas, aos empregos e à economia. A política é importante, mas a vida das pessoas é soberana. Esperamos que até novembro essa realidade melhore e possamos, pouco a pouco, voltar à normalidade.

Se hoje fosse o prefeito de Rio Branco, o senhor seria a favor da reabertura gradual das atividades?

Eu sou professor universitário, todas as minhas decisões são tomadas de acordo com os protocolos definidos pela ciência e pelos órgãos responsáveis, como Organização Mundial da Saúde (OMS), secretarias estaduais e municipais de saúde, pesquisas da Universidade e protocolos médicos. Um aspecto deve ficar claro: ciência não é opinião. O prefeito não pode “achar”. Ele deve seguir o que a ciência e os protocolos dizem. Se todas essas variáveis forem atendidas sou favorável, sim, a reabertura gradual das atividades. Mas creio que é uma via de mão dupla entre poder público e população. O poder público deve fazer seu papel com medidas de controle da pandemia (por exemplo: testagem em massa, monitoramento dos infectados, aumento da estrutura hospitalar) e é preciso coerência e efetividade nas ações. Não basta falar em quarentena ilimitada sem medidas governamentais de apoio.

É importante frisar: a vida é o bem mais importante sempre e isso também passa por um equilíbrio entre as medidas de saúde pública e econômicas.

Quais as propostas que o senhor já tem elaborado pensando no bem de Rio Branco?

Já tenho muitas propostas consolidadas no nosso Plano de Governo que está sendo construído a muitas mãos. Principalmente, relacionadas à Educação, Saúde, Gestão Urbana e Rural. São propostas que irão atender, efetivamente, a quem mais precisa. Acredito que a população de Rio Branco já esteja cansada de faz de conta. A hora é de fazer e de mudar. Ouvir, dialogar e direcionar de forma estratégica as políticas públicas.

Já existe um plano de gestão pronto? Ou ainda está em fase de elaboração?

Estamos vivendo um período de muitas adaptações. Não podemos estar fisicamente juntos com as pessoas nos bairros,  nas comunidades ouvindo as propostas para melhorar Rio Branco. Tivemos que nos adaptar a essa nova realidade e estamos construindo uma plataforma de propostas muito colaborativa, técnica e com muita sensibilidade. O foco é sempre cuidar das pessoas. Nosso plano de governo está em construção, um processo dinâmico em que estou muito feliz com os resultados até o momento. Contudo, quero destacar que para Rio Branco pretendo adotar uma administração gerencial, com foco em resultados efetivos e na melhoria da qualidade de vida da nossa população. Isso quer dizer que todas as nossas ações serão baseadas no planejamento estratégico, na autonomia gerencial, na transparência das ações, na responsabilidade fiscal, na utilização de indicadores de desempenho, na avaliação por resultados, tudo isso sempre visando o bem estar do cidadão.

Como é sua relação com o PSDB?

A melhor possível.

Além da aliança com o PSL, já existe outros partidos fechados?

Estamos conversando com todos que querem somar conosco e discutir uma gestão diferenciada para a cidade que vivemos. O diálogo é sempre muito importante para a tomada de decisão e fortalecimento da democracia e das políticas públicas. Construímos um projeto para Rio Branco e é salutar que outras forças políticas acreditem nesse projeto e venham somar conosco.

Quais são os principais gargalos da cidade de Rio Branco?

Acredito que gestão, infraestrutura, saúde, educação básica constituem pontos nevrálgicos da cidade de Rio Branco. Alguns desses setores foram abandonados nas últimas gestões, tendo o ano de 2019 como o pior da série histórica em vários indicadores econômicos e sociais. Nosso plano de governo apresenta propostas bastante interessantes para esses problemas. Como eu disse anteriormente: gestão participativa, planejamento estratégico e responsabilidade fiscal são essenciais para a qualidade da administração pública que acredito.

Ao longo da pré-candidatura, o senhor recebeu críticas por ter vindo da esquerda. Como vai lidar com isso nas eleições?

A democracia é bonita por conta disso. Você pode discordar, você pode concordar, você pode ter suas opiniões e convicções. A crítica é sempre importante. Quem a faz tem seus motivos e interesses. Creio que para a população de Rio Branco não é importante a discussão sobre a viabilidade de ideologias de esquerda ou direita.  Até mesmo porque esses conceitos foram utilizados de maneira mutável na história da política local. Quantas lideranças atuais da políticas de Rio Branco já estiveram em partidos ou coligações distintas ao longo do tempo? O importante é que independente de cores partidárias minhas convicções são estruturadas. Acredito no nosso sistema público  de saúde, no ensino superior gratuito e independente. Creio que essa discussão sobre estado mínimo deve ser feita de outra forma, a pandemia mostrou a necessidade da parceria governamental e o setor privado, defendo  um estado suficiente, adequado, próximo ao cidadão.

Enfim, o que a população deseja é que os problemas da cidade sejam discutidos, que o prefeito tenha um compromisso real em cuidar com carinho e zelo da cidade.

O PSL indicou três nomes para ser seu vice, Ulysses, Celestino e Fernanda Lage. Dos três, qual lhe agrada mais?

O nome do vice será discutido entre os partidos que compuserem o nosso arco de alianças. Quero destacar que quero ao meu lado um vice que assuma o compromisso de melhorar a qualidade de vida da nossa população e que esteja alinhado ao nosso projeto. É importante frisar que política não é para ser servido, mas para servir. Todo gestor público deve ser guiado por esse mandamento. Eu penso assim e meu vice também deverá pensar assim.

Além desses três nomes, existe outro possível vice sendo cogitado nos bastidores?

Como eu disse antes, o nome do nosso vice será discutido a partir dos partidos que compuserem nossa aliança e até o momento não temos nenhuma definição.

Dentre os nomes que estão concorrendo, qual será o mais difícil de enfrentar em uma eleição que tem tudo para ser mais virtual?

Acredito que aqueles que tiverem as melhores propostas terão vantagem na eleição. A população de Rio Branco é inteligente e sabe fazer suas escolhas. Espero e torço que a eleição deste ano seja marcada por propostas e pelo debate respeitoso das ideias.

Deixe uma mensagem para toda a população da capital como pré-candidato a prefeito.

Quero deixar a minha solidariedade as todas às famílias atingidas pela Covid-19. Vidas e empregos estão sendo perdidos. O momento é de nos unirmos em torno da nossa fé, do nosso trabalho e do nosso esforço conjunto para edificarmos algo novo. Nenhuma tempestade dura para sempre. Os dias são muito difíceis, mas temos que conseguir imaginar o amanhã. Acredito que nosso povo é muito guerreiro, trabalhador e dedicado e conseguiremos juntos vencer esse momento e pensarmos numa cidade que tenha melhores condições de vida para todos.

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