A indústria de filmes pornográficos dos Estados Unidos está retomando as atividades aos poucos, mesmo com casos crescentes de coronavírus, principalmente na Califórnia. No entanto, de acordo com a revista Rolling Stone, nem tudo será como era antes.
A publicação divulgou uma reportagem com entrevistas de diferentes personalidades do setor, incluindo uma com Mike Stabile, advogado do grupo Free Speech Coalition (FSC), que defende os direitos dos profissionais do setor e cuja recomendação é que atores e atrizes ainda não voltem a trabalhar.
No entanto, diante do condado de Los Angeles ter permitido que os estúdios voltassem a gravar, a FSC lançou uma lista de diretrizes recomendadas para os artistas e membros da equipe, incluindo o uso de máscaras no set de filmagem.
Os artistas, no entanto, não terão a obrigação de usar máscaras na frente das câmeras, por não ser útil na hora do sexo, e também por conta de razões comerciais. “Você já está todo suado e em contato próximo com alguém”, comentou Stabile.
Além disso, atores e atrizes terão que realizar testes gratuitos de coronavírus 24 horas antes de cada filmagem. Os exames serão responsabilidade dos estúdios.
O número de pessoas no set também será limitado, isso significa que as orgias, por exemplo, estão fora de questão. “Continuaremos apoiando cenas básicas de sexo entre dois parceiros”, afirmou Ryan Cash, diretor de produção do Brazzers à Rolling Stone. Apesar disso, ele afirma que ainda não tem planos para que a empresa volte a gravar.
Por conta do risco de contaminação, certos atos sexuais também estão fora de questão, como troca de fluídos corporais abundantes, como cuspir, urinar e o ‘squirting’.
Apesar da grande possibilidade de transmissão, o beijo não foi proibido, mas há a recomendação para que evite. “Se você está beijando, esse é o principal modo de transmissão. Essas foram as coisas que recomendamos: eliminar o beijo e posições [sexuais] que reduzem o contato frente a frente”, disse Stabile.
Por conta da pandemia, muitos atores e atrizes tiveram problemas para sobreviver financeiramente. Porém, eles acabaram encontrando uma nova forma de ganhar dinheiro, com lives e vídeos feitos em casa, e que são disponibilizados para assinantes. Os principais artistas chegaram a ganhar mais de 100 mil dólares por mês.
Uma das principais atrizes do setor, Casey Calvert afirmou à revista que tem se sentido pressionada, pois acredita que ela poderá ser forçada a voltar aos trabalhos por produtores, mesmo com medo da contaminação: “Sinto que, se não trabalho, mais alguém o fará”.