Isolada, dentro de casa e muitas vezes convivendo mais tempo com o seu agressor. Essa é a realidade de muitas mulheres em Rio Branco, e em todo o país, que tendo que cumprir a quarentena acabaram ficando mais expostas ao risco de violência doméstica. Segundo dados do Departamento de Políticas para Mulheres, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Sasdh), em três meses de isolamento social cerca de 204 mulheres receberam atendimento assistencial, psicológico e jurídico garantidos pela Prefeitura de Rio Branco, mesmo durante à crise sanitária causada pelo novo coronavírus.
Compreendendo a necessidade de manter e readequar esses serviços de proteção a mulher vítima de violência doméstica e familiar, a prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, determinou a readequação do sistema de atendimento à essas vítimas, logo no início da pandemia.
Geralmente, mulheres nesta situação procuravam a Casa Rosa Mulher, que é um centro de referência da Prefeitura para mulheres vítimas de violência, espontaneamente ou encaminhadas por outros órgãos e entidades que integram a Rede de Proteção à Mulheres do Estado. Com a pandemia e a determinação de isolamento social, esse atendimento passou a ser realizado de forma remota, ou seja, pelo telefone ou whatsapp as vítimas entram em contato com a Casa Rosa Mulher e recebem orientação jurídica e atendimento assistencial e psicológico. Se houver necessidade, a equipe faz o atendimento presencial.
“Assim que tomamos conhecimento das novas medidas de enfrentamento à crise sanitária criamos uma estratégia tanto para seguir com o acompanhamento de mulheres que já estão com a gente, quanto de garantir acesso à novas usuárias”, explicou a diretora do Departamento de Política para Mulheres, Lidiane Cabral.
Desde sua fundação, a Casa Rosa Mulher já atendeu aproximadamente 200 mil mulheres em situação de violência doméstica. Além de orientar e acolher essas mulheres, a gestão municipal garante também a oportunidade de recomeçar por meio das capacitações que são ofertadas ao longo do ano.
“Muitas vítimas estão em situação de dependência emocional, mas outras não conseguem quebrar esse ciclo por conta da dependência financeira. Com os cursos profissionalizantes que realizamos em parceria com o Sistema S, estamos oferecendo a essas mulheres uma oportunidade de recomeçar, de ter uma profissão, de sair um pouco do ambiente das agressões, de conhecer pessoas novas e crescer”, enfatizou a advogada da Casa Rosa Mulher, Amabile Link.
Quem procura o atendimento oferecido pela Prefeitura de Rio Branco, pode se capacitar nas áreas de estética e beleza, culinária, mecânica, corte e costura. Por conta da pandemia esses cursos profissionalizantes não estão ocorrendo. Além disso, a sede da Casa Rosa Mulher está passando por obras de reforma e ampliação, para garantir melhor atendimento, mais comodidade e mais segurança às mulheres de Rio Branco.
A Prefeitura segue atendendo mulheres vítimas de violência doméstica por meio do número 3211-2474. Além da Casa Rosa Mulher, outros telefones estão disponíveis para denúncias e atendimentos: Central de Atendimento à Mulher – 180; Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – 3224- 6496; Defensoria Pública do Estado – 3223.7229 ou 99969.7396; Coordenadoria de Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar – 99229-3447; Vara de Proteção à Mulher – 99957.5324.