Produtores terão R$ 4,1 bilhões em recursos no Sicredi pelo Plano Safra

As cooperativas do Sicredi nas regiões Centro-Oeste e Norte, que abrangem os estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Acre, vão disponibilizar R$ 4,108 bilhões em crédito para os produtores rurais no Plano Safra 2020/2021. O valor é 8,4% maior que os R$ 3,788 bilhões liberados (de julho de 2019 a maio de 2020) no ciclo 2019/2020. Os recursos estão disponíveis nas 181 agências do Sicredi nos quatro estados, localizadas em 143 municípios, desde esta quarta-feira (1° de julho) e podem ser contratados até 30 de junho de 2021.

Do total previsto para a safra que inicia, R$ 3,608 bilhões estão disponíveis para o custeio da safra. Para investimento, o orçamento previsto é o mesmo do plano passado, de R$ 500 milhões, recurso este proveniente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Plano Safra 2020/2021 foi anunciado pelo governo federal no dia 17 de junho, em Brasília, e tem um orçamento de R$ 263,3 bilhões para apoiar a produção agropecuária brasileira, um aumento de R$ 13,5 bilhões sobre o plano anterior.

Na divisão dos recursos por porte de produção, os produtores da agricultura empresarial (médios e grandes) terão R$ 3,379 bilhões disponíveis para custeio nesta safra, incremento de 27% sobre os R$ 2,661 bilhões liberados da safra anterior (até maio). A agricultura familiar terá um orçamento de R$ 228,805 milhões. É importante lembrar que para os investimentos, cujos recursos são oriundos do BNDES, as liberações feitas pela instituição financeira cooperativa ocorrem conforme a demanda dos produtores rurais.

Em todo o país, o Sicredi vai disponibilizar mais de R$ 22,9 bilhões em crédito no Plano Safra 2020/2021, e estima atingir mais de 227 mil operações. O montante é 10% maior que os recursos concedidos no ano-safra anterior. Do volume para este novo ciclo, a expectativa é disponibilizar R$ 10,4 bilhões em operações de custeio, comercialização e investimento, R$ 5,2 bilhões via Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e R$ 4,3 bilhões via Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), além de R$ 3 bilhões com recursos direcionados, oriundos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

Ter mais recursos para oferecer aos produtores rurais nesta safra vai ao encontro das necessidades do país, uma vez que a crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus, aumentará a importância do agronegócio para a sustentação e retomada da economia nacional, dos estados e municípios. “Os estados da região Centro-Oeste e Norte, onde as cooperativas da nossa Central atuam diretamente, são essencialmente do agronegócio. Oferecermos mais recursos a esses produtores significa que o Sicredi vai contribuir com o desenvolvimento do agro e por consequência da economia, ajudando a atenuar os efeitos da crise financeira sobre essas regiões”, avalia o presidente da Central Sicredi Centro Norte, João Spenthof.

Ele acrescenta que, a favor dos produtores está o fato de que o Sicredi, por estar mais próximo dos seus associados, entende do negócio deles, conhece as suas necessidades e por isso mesmo consegue ter mais agilidade na liberação dos recursos. “Apoiamos os produtores rurais, seja o pequeno, o médio ou o grande, nos momentos que eles mais precisam. Acreditamos no negócio deles e os ajudamos a crescer, gerar renda e novos postos de trabalho nos municípios”.

Um dos produtores que tem relacionamento próximo com o Sicredi é Jorge Moura, de 70 anos, produtor em Rio Branco, no Acre. Apesar de ter uma relação recente com a instituição financeira cooperativa (o Sicredi chegou ao Acre em 2017), ele já experimentou os benefícios de fazer parte de uma cooperativa. “Sou associado do desde que agência foi inaugurada. O Sicredi acredita em mim e já contratei recursos para comprar máquina agrícola. Foi muito rápido e fiquei surpreso com o atendimento e com o entendimento dos gerentes sobre o agronegócio”, afirma.

A associação do seo Jorge coincidiu com um momento muito importante na sua produção. Criador de gado de corte, com um rebanho de 20 mil cabeças, há três anos ele começou a experimentar o plantio de soja. Primeiro foram 20 hectares, que apresentaram bom resultado. No ano seguinte subiu para 500 hectares e no ano passado para 1,350 mil (ha). Na próxima safra planeja plantar 2,350 mil hectares de soja, que depois de colhida dará espaço para o milho e depois para o feijão, totalizando três safras. “Temos um clima muito bom. O Acre vivia de uma agricultura extrativista, com castanha, borracha, madeira. Mas foi ficando difícil e estamos descobrindo outras alternativas de produção”, conta. “Pretendo chegar a 10 mil hectares plantados e já penso em comprar novas máquinas, incluindo plantadeiras, colheitadeiras e pulverizador”.

Em Canarana (MT), o produtor rural Saulo Sabino, 43, produz soja e há 10 anos é associado do Sicredi. Planta cerca de nove mil hectares de soja e oito mil hectares de milho. Outros 1,2 mil hectares são reservados à criação de gado, cujo rebanho soma 8,5 mil cabeças. Contrata crédito do Sicredi para as duas atividades, sendo que para a soja a finalidade é o custeio da safra. “O Sicredi é interessante porque a liberação do recurso é ágil e as taxas de juros são menores. Ajuda no fluxo de caixa e anualmente consigo contratar e liquidar a operação, fazendo a atividade crescer”, comenta o produtor que recentemente contratou R$ 2 milhões para a aplicar na pecuária e R$ 1,2 milhão para agricultura. Sabino adianta que está otimista para a próxima safra, que tem boas perspectivas climáticas e de mercado. “Os preços das commodities se recuperam, o boi está com bom preço. Esperamos fazer bons negócios e ajudar a fortalecer a economia do país”.

Outras fontes de crédito

Além dos recursos próprios e repassados (poupança equalizada, Letras de Crédito do Agronegócio/LCA, MCR 6.2 e BNDES), o Sistema Sicredi disponibiliza fontes alternativas de recursos para contratação como Cédula de Produto Rural (CPR), Moeda Estrangeira (dólar) e crédito comercial. Na safra 2019/2020, a liberação desses recursos somou R$ 2,382 bilhões, aumento de 108% sobre o ano anterior (R$ 1,147 bilhão). As linhas mais demandadas na safra recém-encerrada foram Crédito Rotativo do Agronegócio (R$ 650,7 milhões), Moeda Estrangeira (R$ 480,7 milhões) e Crédito de Fomento (362,1 milhões). A Cédula de Produtor Rural (CPR), também muito demandada pelos agricultores e pecuaristas, somou R$ 134,5 milhões.

Para contratar essas linhas, basta o produtor rural procurar sua agência e formalizar o pedido, que passará por análise para concessão. Para a safra 2020/2021, o Sicredi tem um orçamento estimado em R$ 2,3 bilhões para essas fontes.

Balanço Safra 2019/2020

No Plano Safra 2019/2020 (de julho de 2019 a maio de 2020), as cooperativas do Sicredi nas regiões Centro-Oeste e Norte liberaram R$ 3,788 bilhões aos produtores, um acréscimo de 6,2% sobre os R$ 3,565 bilhões concedidos no mesmo período do ciclo anterior. No período, o número de operações somou 11.283.

A maior parte dos recursos (74%) foi destinada ao custeio da safra, em que foram contratados R$ 2,805 bilhões. Para investimento foram liberados R$ 868,9 milhões e para comercialização foram R$ 113,9 milhões.

A agricultura empresarial (médios e grandes produtores) foi a que mais demandou crédito, num total de R$ 3,476 bilhões. Os pequenos produtores, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), acessaram R$ 312,1 milhões em recursos no Sicredi. “Os agricultores familiares são um público de associados para o qual o Sicredi sempre busca recursos, para fortalecer a atividade e gerar trabalho e renda para as famílias do campo com propriedades menores e que ajudam a movimentar a economia local. Procuramos disponibilizar mais recursos e no momento certo, independentemente do porte dos produtores, e isso os ajuda a planejar melhor a safra”, comenta a coordenadora de Negócios Agro da Central Sicredi Centro Norte, Cristieny Paiva.

Ela acrescenta que, nos últimos meses da safra 2019/2020, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus, que recomendou o distanciamento social, as cooperativas atuaram em busca de soluções e na implementação de novas ferramentas para atender os produtores rurais e as liberações de recursos ocorreram normalmente.

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