epois de aprovada, uma vacina contra o novo coronavírus pode ter de ser tomada anualmente, como a da gripe, segundo a gerente da força-tarefa do Reino Unido para encontrar uma vacina contra a doença, Kate Bingham.
Em entrevista à Bloomberg TV, Bingham afirmou que “não estamos vendo evidências de uma imunidade a longo prazo daqueles que contraíram o vírus”. Segundo ela, as evidências mostram que os anticorpos dos infectados caem ao longo do tempo. “É improvável que uma vacina fique pronta até o final do ano”, completou Bingham. Apesar disso, o Reino Unido se diz “otimista” em relação a uma vacina contra a covid-19.
Na semana passada, três vacinas tiveram sucesso em fases diferentes de testes clínicos. Foram elas a da Universidade de Oxford em parceria com a empresa AstraZeneca, a chinesa do Instituto de Biotecnologia de Pequim e a americana da Pfizer em parceria com a empresa alemã de biotecnologia BioNTech. Os projetos se mostraram seguros em testes com humanos e foram capazes de induzir os voluntários a uma resposta imunológica.
Nesta segunda-feira, 27, a farmacêutica Moderna inicia a última fase de testes para a sua vacina contra o novo coronavírus, que deve durar até outubro deste ano. A vacina da companhia, que foi a primeira a realizar testes em humanos desde o início da pandemia, agora será testada em 30.000 pessoas em 87 localidades diferentes nos Estados Unidos.
Os estudos divergem em relação a duração de uma imunidade contra o SARS-CoV-2 sem uma vacina. Enquanto para outros casos de coronavírus os anticorpos chegaram a durar por até quatro anos, em alguns casos da covid-19 os anticorpos têm uma duração menor. Um estudo recente feito pelo King’s College de Londres apontou que os níveis de anticorpos contra a covid-19 atingem o pico três semanas após o início dos sintomas, mas depois diminuem rapidamente nas semanas seguintes.
Com tantas incertezas, resta esperar que uma vacina dê certo.