O adoecimento físico e mental do indivíduo tem sido foco de pesquisas e discussões nestes últimos anos, motivado pela urgência de olhar o ser humano não apenas como produtores de um fazer, mas também como seres humanos portadores de um sentir.
Diante dessa perspectiva, as inúmeras publicações sobre o adoecimento mental têm buscado esclarecer – ou trazer para o indivíduo – um processo de reflexão e mudança de atitude, vislumbrando uma qualidade de vida e criando automaticamente uma consciência dos seus limites internos. Limites estes que são como sinais que o nosso corpo e mente vão fornecendo à nossa consciência de que algo está errado e precisa ser mudado.
Em vista disso, a ansiedade vem ganhando destaque em discussões informais e nas mídias sociais devido ao alcance em número de pessoas portadoras deste transtorno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial vem sofrendo de ansiedade e no Brasil esta estatística é ainda maior. Estima-se que a cada dez brasileiros sete são portadores deste transtorno.
No entanto, o que se observa é que a cada dia os indivíduos se importam menos com a sua saúde mental, apesar de toda a estatística divulgada, acreditando que são apenas ocorrências comuns de um dia corrido de trabalho ou porque pensam que os afazeres familiares e responsabilidades diárias produzem determinados sintomas, e que irão passar.
Todavia, a nossa psique/mente, somatiza todas as experiências, sejam negativas ou positivas, e aqueles que vivenciam práticas negativas maiores terão um prejuízo considerável.
De maneira simples, a ansiedade pode ser explicada da seguinte forma: medo excessivo, medo do futuro, de algo que ainda está por vir, gerando vários sintomas físicos, mentais e emocionais. Os sintomas físicos podem ser destacados como tremedeira, mãos frias, problemas intestinais, insônia, coração acelerado, respiração ofegante, e muitos outros.
Quanto aos sintomas mentais e emocionais, cujas características se assemelham, destacam-se a dificuldade de concentração, sensação constante de nervosismo, tensão, preocupação excessiva, irritabilidade, pensamentos negativos, para citar alguns.
É importante destacar que essa descarga de sintomas manifestos no indivíduo ansioso, pode ocorrer em virtude de vários motivos que vão desde um descontrole hormonal, fatores genéticos, histórico familiar, pressão social vivenciada no dia a dia, a violências. As causas podem ocorrer isoladamente ou imbricadas conjuntamente.
A relevância de se detectar algo de errado consigo, ajuda a combater os sintomas e a buscar ajuda médica e orientação profissional, preferencialmente de um psicólogo, já que a ansiedade tem causado grandes perdas para o indivíduo tanto na sua vida social como na profissional e familiar.
Desta forma, é necessário compreender a importância dessa doença e buscar um melhor estilo de vida mesmo que de maneira lenta, mas progressiva, diminuindo possíveis agravamentos à saúde mental. Essa readaptação quanto ao ritmo e constância de vida proporcionará no futuro um autocontrole físico e mental.
Portanto, a ansiedade quando vista como um impulsionador de ações e objetivos que devemos buscar, agregará ações que beneficiarão o indivíduo. Entretanto, quando os sentimentos ultrapassam a esfera de controle, principalmente mentais, esses sintomas precisam ser revistos e reequilibrados.
Fonte:
https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/
https://saude.gov.br/component/tags/tag/oms
http://www.ipom-org.com.br/artigo.php?lang=pt-br&id=580
Autora:
Jirlany Marreiro da Costa Bezerra
Docente Mestre EBTT de Psicologia do Instituto Federal do Acre – Ifac
17 de agosto de 2020