O diretor de Programação da Globo, Amauri Soares, e o diretor-executivo de Jornalismo, Ricardo Vilela, destacaram o aumento do público jovem durante os últimos cinco meses de pandemia. Entre março e junho, o JN registrou média diária de 6,9 milhões de brasileiros, um aumento de 1,5 milhão de pessoas em relação ao mesmo período de 2019.
Em entrevista para a jornalista Cristina Padiglione, do jornal Folha de S. Paulo, a dupla falou sobre o crescimento da Globo enquanto as principais concorrentes caíram na disputa pela preferência do público na TV aberta. “O isolamento social reteve pessoas de todos os perfis em casa”, analisou Amauri.
“A família inteira ficou em casa. Mesmo com mais gente na frente da televisão, apenas a TV Globo ganhou audiência, enquanto as outras emissoras de TV aberta caíram ou mantiveram seus índices em relação ao momento anterior ao isolamento”, apontou Soares, que se mostrou impressionado pela chegada do público jovem ao principal telejornal do país: “Esse crescimento da TV Globo aconteceu em todas as faixas etárias, mas a presença dos jovens fez diferença porque é um público com rotina normalmente movimentada: escola, trabalho, amigos, namoro”.
Ricardo Villela disse que por serem muito ativos, “os jovens foram profundamente afetados pelo isolamento social ao terem de ficar em casa”. “Buscaram avidamente por informações sobre a evolução da pandemia e sobre como se proteger. Informação que chega pelas redes sociais é insuficiente porque não é checada, não é confiável, não é informação, portanto”, avaliou.
Amauri ressaltou que mesmo com a flexibilização da quarentena a relação entre Globo e os jovens não será perdida. “Mas fica a conexão. O engajamento que essas pessoas estavam tendo com os conteúdos da TV Globo”, explicou.
“As pessoas que estavam vendo a programação de manhã ou no Vale a Pena Ver de Novo, por exemplo, vão buscar uma forma de continuar vendo”, apostou. “Ou adaptando suas rotinas, se puderem, ou usando o on demand, no Globoplay. Para os conteúdos da TV Globo é um ganho muito importante. Trata-se de um público que não estaria em casa normalmente”, completou.