José Luiz Datena decidiu sair em defesa da imprensa brasileira, que recebeu ofensas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta segunda-feira (24). No Brasil Urgente, da Band, o apresentador também se solidarizou com o repórter do jornal O Globo, que recebeu ameaça do político.
“Hoje num evento chamado Brasil Vencendo a Covid, o Bolsonaro defendeu a cloroquina e voltou a atacar a imprensa. Aliás, ele não voltou atacar a imprensa, ele chamou a imprensa de bundões. Ele chamou todos nós de bundões”, disparou o jornalista, que sempre foi um forte alinhado do presidente.
Em seguida, Datena alfinetou Rodrigo Maia (DEM) pela forma que tem conduzido as atitudes polêmicas do presidente da República: “[Rodrigo Maia] está abraçado com o Bolsonaro de forma assim impressionante. O Maia vai de opositor a amigo de Bolsonaro em dois dias. Do mesmo jeito que Bolsonaro está abraçado da velha política, que ele contestava”.
“Eu não sei se é crime ou não o que o senhor Presidente da República fez, mas aí ele abre uma rua de duas mãos. Ele também não pode ofender qualquer cidadão brasileiro da forma como ele ofendeu, seja ele da imprensa ou não“, afirmou o apresentador.
O contratado da Band, então, defendeu os jornalistas e retrucou a ofensa proferida pelo político. “Eu, por exemplo, sou do jornalismo e não sou bundão, senhor Presidente Bolsonaro. Não sou bundão e agora você me dá o direito de chamar o Jair de bundão. Então, bundão é o Jair. Bundão é o senhor, não o presidente da República, porque esse eu respeito”, declarou.
“A partir do momento em que você chama minha classe toda de bundão eu também posso chamar o senhor de bundão. Como todos nós somos bundões? Teve muita gente que deu a sua vida fazendo matérias. A imprensa brasileira foi fundamental na história desse país em várias oportunidades. Não são bundões, são pessoas que vão para as ruas trabalhar enfrentando muitas dificuldades”, defendeu Datena.
O jornalista encerrou: “Com todo o respeito ao cargo de presidente da República que você tem, mas bundão é o senhor, presidente. Você vai me desculpar, mas essa é a minha opinião. Bundão não”.
Antes disso, o comandante do Brasil Urgente havia comentado sobre a ameaça feita por Jair Bolsonaro contra um repórter O Globo, após questionamento sobre cheques no valor total de R$ 89 mil que teriam sido depositados entre 2011 e 2016 pelo ex-assessor Fabrício Queiroz e pela esposa dele, Márcia Aguiar, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
“A minha vida inteira em trabalhei na imprensa. Eu tenho que defender a imprensa. É até uma covardia um presidente da República dizer que vai dar um soco na cara de um jornalista. O cara [jornalista] não pode responder, porque se ele responder vai preso ou não”, iniciou o famoso.
“Eu me solidarizo com ele e com todos os colegas da imprensa. Acho que não foi Bolsonaro, foi o Jair que agiu ali. Dentro da igreja? Me ajuda aí”, completou o comunicador.
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