O editor de moda Marco Antônio Ferraz, que dirigiu o documentário Flordelis — Basta uma palavra para mudar, disse que se arrepende da obra. Nesta semana, a deputada foi indiciada como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo.
“Me arrependo. Se fosse hoje, jamais teria feito esse filme. Não sou cineasta. Sou um contador de histórias e o que contei foi uma mentira diante dos fatos que conhecemos agora”, disse ele em entrevista ao jornal Extra.
A história veio quando, por meio do programa TV Xuxa, Ferraz conheceu a história da mãe adotiva de 44 filhos. A amizade entre eles durou mais de uma década por conta da produção, que teve no elenco várias celebridades, como Cauã Reymond, Bruna Marquezine, Ana Furtado, Leticia Spiller, Alinne Moraes, Marcello Antony, Sergio Marone, entre outros.
O diretor contou que os artistas participaram sem cachê, alguns até investiram dinheiro do próprio bolso, para mostrar ao país a trajetória da mulher favelada que tirava crianças do tráfico de drogas e armas.
Falou também sobre o pastor Anderson do Carmo, que foi produtor executivo do filme. “Ele era louco por ela. Fazia qualquer coisa que ela quisesse ou mandasse.”
Inclusive nos dias antes da pré-estreia, Anderson pediu ajuda parar Marco Antônio e juntos compraram um vestido de grife, de R$ 2 mil para que Flordelis ficasse linda. “Foi um sonho realizado ver aquela mulher, que saiu do morro, ali, chiquérrima e linda. E no fim das contas, tudo isso não passava de uma mentira”, desabafou.
Entenda o caso
Segundo investigações da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro, Flordelis seria a mandante do assassinato de Anderson do Carmo, crime que ela nega. À época do crime, em junho de 2019, a parlamentar relatou à imprensa que ele teria sido morto em um assalto.
Na segunda-feira (24/8), oito pessoas foram presas na Operação Lucas 12, por envolvimento na morte do pastor. Sete indiciados são filhos de Flordelis, além de uma neta.
O inquérito indica que ele foi morto por questões financeiras. O homem controlava todo o dinheiro do Ministério de Flordelis. Hoje, o local recebe o nome de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.
Flordelis vai responder à Justiça por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela responderá por tentativa de homicídio.