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Economista alerta que preço da carne no Acre deve se igualar ao de SP e RJ

Por LEANDRO CHAVES, DO CONTILNET

Muitos acreanos deverão dar adeus ao churrasquinho dos finais de semana com carnes nobres. Isso porque, de acordo com o economista Rubicleis Gomes, o preço do produto no estado vai continuar a subir após diversos aumentos consecutivos nos últimos meses.

Para o coordenador do curso de Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac), os valores do quilo podem se igualar aos praticados em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

O principal motivo seria o reconhecimento do Acre, no início de agosto, como área livre de febre aftosa sem vacinação. O cenário garante à carne produzida no estado um selo de qualidade superior. Com isso, novos mercados internacionais deverão importar o produto.

Segundo o professor, muitos desses mercados pagam preços mais altos pela carne e isso fará com que os produtores acreanos aumentem o valor do alimento. Consequentemente, o reajuste será repassado aos açougues e supermercados do Acre.

“Agora nossa carne pode ir para mercados que até então não chegava. E lá fora se consegue preços mais altos. Logicamente, o produtor guia sua oferta sempre por valores maiores. Não estou dizendo que o produtor é desonesto por isso. Ele está agindo racionalmente”, esclarece.

Para Rubicleis, ou o preço no mercado interno sobe ou a quantidade ofertada de carne para os açougues vai diminuir, o que também ocasionaria, no final das contas, aumento nos valores por diminuição da oferta. “Isso é natural”, pontua.

“O Acre é uma pequena economia exportadora. Neste caso, de carne. Então o valor do item vai oscilar conforme o preço nos mercados importadores. Como a carne é algo que o valor está em constante ascensão no mercado exterior, isso indica que o movimento do preço por aqui também será ascendente”.

Por volta de 2003, quando o Acre se tornou livre de febre aftosa com vacinação, o economista estudou o processo e constatou que a carne sofreu reajuste de cerca de 15%. “Pelo simples fato de ter passado para essa nova fase”, lembra.

“Hoje você encontra picanha nos supermercados acreanos por cerca de R$ 60 ou R$ 70 uma peça. Está muito caro. Nos açougues, o filé custa R$ 44 reais o quilo. Há pouco tempo era R$ 33. Então esse é o impacto da medida. Os produtores vão ganhar muito com isso, mas os consumidores vão pagar caro”, alerta.

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