Em uma semana, mãe e duas filhas morrem com Covid-19; marido está internado

Três pessoas da mesma família morreram, no período de uma semana, com Covid-19, na cidade de Cândido Sales, cidade do sudoeste da Bahia. As irmãs Claudia Maria e Ana Lilian e a mãe delas, Elita Maria chegaram a procurar atendimento médico, mas não resistiram às complicações da doença.

De acordo com os familiares, Elita Maria de Jesus, 79 anos, saiu de Cândido Sales, por conta própria, à procura de atendimento, e conseguiu ser internada no Hospital das Clínicas. O estado de saúde dela se agravou na madrugada de quinta-feira (13). Ela morreu na noite de sábado (15).

“Perdemos três familiares no intervalo de oito dias, vítimas do coronavírus. Na ocasião, minha tia foi hospitalizada, ficando apenas cinco dias no hospital de Cândido Sales e vindo a óbito. Minha mãe ficou apenas de um dia para o outro e morreu aqui no hospital, seguido de minha vó, falecendo em Vitória da Conquista”, disse Alonso José, filho de uma das vítimas e neto de dona Elita.

Segundo os familiares, Ana Lílian de Almeida Penha, de idade não informada, tinha câncer e morreu em Cândido Sales, no dia 8 de agosto, por causa de complicações da Covid-19. A irmã dela, Cláudia Maria de Almeida Santos, que também não teve a idade revelada, tinha obesidade e era hipertensa. Ela morreu no dia 13 de agosto, também na mesma cidade, por causa do no nov coronavírus.

Também com Covid-19, o marido de dona Elita está internado na UTI do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGCV). “Meu avô, que ainda está hospitalizado, mas a gente tem fé em Deus que ele vai voltar para casa”, contou Alonso José.

Mãe e filhas morrem de Covid-19 no espaço de oito dias em cidade do sudoeste da Bahia — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Mãe e filhas morrem de Covid-19 no espaço de oito dias em cidade do sudoeste da Bahia — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Até a noite desta segunda-feira (17), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou 311 casos e oito mortes em Cândido sales.

Uma das grande preocupações das autoridades de saúde da Bahia é que muitas pessoas não estão procurando atendimento médico quando aparecem os primeiros sintomas da doença. Conforme o secretário de saúde do estado, Fábio Vilas-Boas, mesmo com a confirmação de Covid-19, ainda demoram para buscar os hospitais.

“Tem pessoas que preferem ficar em casa e quando os sintomas pioram, às vezes, morrem no caminho do hospital”, disse o secretário.

A situação da procura pelos serviços preocupa, porque a média móvel de mortes ainda não mostrou tendência de queda. No dia 3 de agosto, era registrada uma média de 56 mortes de diárias e 14 dias depois, a média subiu para 64, uma alta de 14%. Os especialistas consideram que até 15% é uma taxa considerável estável.

Desde julho, a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (Sesab) tem recomendado a internação precoce de pacientes. Se a pessoa testar positivo para Covid-19 e for do grupo de risco, deve ser internada em leitos clínicos assim que possível, mesmo que não tenha sintomas graves. A ideia é monitorar de perto os pacientes, e evitar que os quadros se agravem e seja necessário atendimento em UTI.

De acordo com os dados divulgados pela Sesab, os leitos clínicos têm mantido taxas de ocupações estáveis, desde o começo da pandemia. Atualmente, das nove macrorregiões de saúde, apenas a sul tem ocupação superior a 70%. Dos leitos de UTI, apenas a região sul tem taxa acima de 80%.

Em Salvador, existem locais de atendimento também para pessoas com sintomas leves. Os seis gripários da capital já atenderam mais de 7 mil pessoas desde maio, quando começaram a funcionar.

“Importante que qualquer sintoma de gripe, as pessoas procurem os gripários”, aconselhou o secretário de saúde da Bahia.

Outro exemplo de serviço ainda pouco usado pelas pessoas é o Centro de Acolhimento no bairro de Itapuã, que foi construído em maio para atender a pacientes infectados pela Covid-19, com sintomas leves. A ideia da prefeitura é afastar o paciente do convívio familiar durante o período da doença.

As pessoas que procuram o Centro de Acolhimento recebem duas cestas básicas e R$ 500, caso não tenha nenhuma renda. O local tem capacidade para 300 pessoas, mas a média de ocupação diária não passa de 60.

“A gente percebe que as pessoas têm medo de vim, medo por não conhecer como é a estrutura, medo do novo, medo de não achar que precisa e de sair da zona de conforto. As vezes a gente sente muito isso: ‘Não, eu vou ficar aqui, eu vou ficar no quarto e eu não preciso'”, disse a coordenadora do Centro de Acolhimento, Nay Wendy Santa Bárbara.

“Na verdade, aqui é uma unidade grande, uma unidade que tem uma rede de lazer també grande, a gente fornece as alimentações, as pessoas não precisam se preocupar com alimentação, de lavar roupa, a gente fornece tudo”, concluiu.

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