Garota de programa no Acre alega que tem prejuízo mensal de R$ 2,5 mil na pandemia

Em uma curta entrevista à ContilNet neste fim de semana, uma garota de programa identificada por Viviane Santos, de 21 anos, mãe de uma menina de 3, revelou que com a chegada da pandemia do coronavírus o ramo da prostituição obteve prejuízos financeiros consideráveis.

A jovem destacou que antes da pandemia, o lucro mensal ultrapassava os R$4.500, chegando muitas vezes à R$5 mil. “Se eu fizesse 30 programas pelo preço mínimo de R$ 150, eu já tinha R$ 4.500”, contou.

No entanto, com a crise econômica, a mãe de família disse que teve que cortar gastos que tinha no dia a dia, como por exemplo com perfume, roupas e jóias.

Viviane Santos relatou que desde março deste ano seu lucro tem variado bastante, haja vista que só realiza em média de 10 a 15 programas mensais. “Quando faço 15 serviços mensais, eu tenho apenas R$ 2.500 reais”, desabafou.

A atendente do sexo acrescentou que a pandemia fez com que não somente ela, mas todas as profissionais tivessem que se prevenir do vírus, com isso, fizeram novas regras no atendimento. “Antes, nós realizávamos atendimentos sem máscaras, agora temos que nos cuidar”, argumentou.

Economia

Viviane frisou que a crise fez com que ela tivesse que mudar sua rotina que mantinha com a filha. Segundo ela, primeiro teve que se desfazer de um carro e de um apartamento mais seguro em uma área nobre da cidade, por falta de recursos. “Não tive como manter um aluguel de R$1.500. Hoje pago apenas R$ 500. Já o carro, que era financiado, eu tive que vender por medo de não conseguir arcar com o prejuízo de atraso em parcelas”, disse a jovem.

Perda de clientes

Uma das medidas que a mulher diz ter feito com que os clientes perdessem interesse nos serviços sexuais foi a realização de sexo oral sem preservativo. Antes, muitos pagavam mais caro e as garotas acabavam cedendo, porém o risco de adquirir covid-19 fez cessar a prática definitivamente. “Eles só querem oral sem preservativo, como não realizarmos, eles alegam que não querem. Fica difícil”, ressaltou.

Garotas infectadas

Viviane fez uma revelação importante. De acordo com ela, cerca de 30 garotas de programa do Acre que atendem em residências ou motéis adquiriram coronavírus. “A gente tem um grupo de Whatsapp, lá elas disseram que pegaram a doença, apenas uma morreu, mas a família não sabia que ela fazia serviços”, lamentou.

Novos meios de pagamento para driblar a crise

Uma forma que não somente a entrevistada, mas outras meninas tiveram que adotar foram novas formas de pagamento, como por exemplo o parcelamento de atendimentos e aquisição de boleto. “Tivemos que nos modernizar. Antes, por egoísmo, não parcelávamos. O pagamento era à vista. Hoje, parcelamos e passamos o juro da máquina ao cliente. Além disso, com aqueles clientes fixos, a gente resolveu fazer no boleto, eles pagam por mês, ou por semana. Fica a critério deles”, finalizou.

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