Humorístico que marcou uma geração e que perdurou por 29 anos, Os Trapalhões chegava ao fim na Globo, em agosto de 1995. De acordo com Renato Aragão numa entrevista ao jornal O Globo de setembro daquele ano, a ideia de deixar de exibir o programa foi dele mesmo.
Ao periódico, detalhou que Boni, então vice-presidente de operações da Globo, estaria preparando quatro especiais para 1996 e por conta disso, não poderia manter o programa. “Preciso apresentar algo no fim do ano e ainda não sei como desenvolver o projeto. Não haveria tempo se tivesse que gravar toda semana. Fiz o último programa pensando que talvez fosse necessário exibi-lo neste domingo”, acrescentou.
Desde quando Mussum (1941 – 1994) morreu, sobrou apenas Renato Aragão e Dedé Santana, o programa passou a ser reprisado. No ano seguinte, nas tardes de domingo, a dupla apresentava os melhores momentos com brincadeiras, plateia e artistas convidados. O programa tinha direito às assistente de palco intituladas de Didicas, mas durou pouco.
No final de 1993, quando Mussum ainda era vivo, o grupo negociava com o SBT uma mudança de ares. Segundo o jornal Folha de São Paulo, Silvio Santos não mediria esforços para contratá-los. Quem intermediava era Carlos Alberto de Nóbrega.
Aragão, inclusive, teria ouvido uma proposta tentadora, que incluía pagamento de uma multa rescisória. Embora Mussum e Dedé fizessem seus contratos separados, era Renato quem negociava por todos.
Desde o ano de 1990, com a morte de Zacarias (1934 – 1990), o programa perdia força. Depois de popularizar seu ingênuo pastelão nas TVs Excelsior e Tupi, o prestígio interno na Globo não era o mesmo, o que acabou culminando em algumas mudanças no formato implementas em 93. José Lavigne, então revelado no TV Pirata, substituira Wilton Franco na direção, e novos redatores também ajudaram a dar novo fôlego ao programa.
O fim de Os Trapalhões
Renato Aragão só assumiu o fim do grupo em dezembro de 1995. “Os Trapalhões acabaram, não adianta insistir”, disse numa entrevista ao jornal O Estado de São Paulo em edição do dia 12 daquele mesmo. “Para voltar, tenho de achar uma nova fórmula”, almejava.
Entre 1996 e 1997, cogitou sair da Globo porque “não aguentava mais fazer apenas especiais”, mas a emissora acabou com a geladeira e estreou A Turma do Didi em 1998, que perdurou até 2010. Entre 2010 e 2013, mudou para Aventuras do Didi e desde então, segue fora da TV aberta, com participações esporádicas.
Já Dedé Santana não seguiu com o companheiro no final dos anos 90 e rodou: fez A Praça é Nossa no SBT e o programa Dedé e o Comando Maluco, entre 2005 e 2008, contra o próprio Didi. Ainda em 2008, acabou voltando para a Globo e a atuar com o Renato Aragão.