No momento em que um caso de estupro de uma menina de 10 anos, ocorrido no Espírito Santo, e que deixou a vítima grávida chocou o Brasil, um caso semelhante foi descoberto pela Polícia Civil no Rio. Nesta terça-feira, um homem de 60 anos foi preso por policiais da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da Zona Oeste do Rio, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ele é suspeito de estuprar a neta de sua esposa, de 7 anos.
– Apesar de não ser parente de sangue da menina, ela o via como avô, pois ele está casado com a avó dela há 14 anos. Então, a visão dela era essa – disse a delegada Mônica Areal, titular da Deam-Oeste.
A prisão ocorreu após a mãe da vítima ir à delegacia e denunciar o abuso sexual, ocorrido na madrugada de terça-feira, na casa da família, em Guaratiba, na Zona Oeste. O estupro foi testemunhado por um tio da menina, de 17 anos. Por volta das 3h, ele estava indo carregar o telefone celular e, quando entrou na cozinha, viu o suspeito com o órgão sexual na boca da menina.
Segundo o relato desse tio à polícia, após ser flagrado, o homem disfarçou, fechou a calça e continuou a fazer o café da manhã.
– Seguiu como se nada estivesse acontecendo. Ouvimos o depoimento desse tio. Ele confirmou e deu detalhes, um relato muito consistente. Estava muito abalado. Aliás, a família toda está muito abalada – contou a delegada.
O preso negou ter cometido o crime e alegou que a menina estava na pia com ele esbarrou nele, se ajoelhou colocando a boca na calça dele – Mônica Areal descartou essa possibilidade. A polícia investiga se a vítima já havia sido abusada antes pelo homem.
– Acho que possa, sim, ter havido abusos anteriores. Nós estamos preparando um depoimento especial da vítima, que envolve alguns procedimentos, começa com uma conversa calma e é filmado – disse a delegada.
O homem foi autuado em flagrante por estupro de vulnerável e encaminhado para a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap).
Nesta quarta-feira, presta depoimento na delegacia um rapaz que avisou ao suspeito que ele estava sendo procurado pela polícia – os agentes estiveram em vários endereço até conseguir localizar o preso. Uma mensagem mandada por ele para o celular do preso foi vista pelos policiais. Mônica Areal informou que esse rapaz pode responder por favorecimento pessoal:
– Resolvi chamá-lo (para depor) porque, num crime dessa natureza, ninguém pode escapar.