IBGE mostra que 80% dos moradores acreanos não realizaram nenhuma viagem nos últimos 3 meses

Foram apuradas as características da viagem que, associadas a outras investigações da pesquisa, como rendimento domiciliar per capita, permitem uma consistente avaliação sobre a demanda turística doméstica. A pesquisa é um convênio entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e o Ministério do turismo.

Dos 267.000 de domicílios acrianos visitados, em 22,4% deles a pesquisa averiguou a ocorrência de alguma viagem que havia sido finalizada nos três meses anteriores à entrevista, enquanto que em 80% dos domicílios, não foram registradas viagens. Quando perguntado sobre o principal motivo pelo qual nenhum morador do domicílio havia viajado no período, 51,6% alegaram ter sido falta de dinheiro, 21% por não ter necessidade e 12,2% por falta de tempo.

Dos 51.000 (19,3%) de domicílios onde ocorreram viagens, 20% ocorreram por motivos profissionais e 80% por motivos pessoais, incluindo as viagens nacionais e internacionais. As viagens por motivo profissional se caracterizaram por, na maior parte das vezes, ocorrer com apenas 1 viajante, enquanto nas viagens por motivo pessoal predominam as viagens com 1 a 3 viajantes.

Por viagem, entende-se o deslocamento de uma pessoa ou grupo, fora do seu entorno habitual, desde o momento de sua saída até o regresso. No Acre, no período pesquisado, 97% (58.000) das viagens analisadas foram nacionais e 3,1% (2.000) foram internacionais.

Aqui vale a ressalva de que outros moradores de outros domicílios podem ter integrado as viagens relatadas, entretanto este registro não é captado porque esta é uma pesquisa por domicílio.

Do total de 60.000 viagens investigadas, 48.000 foram por motivo pessoal. Os principais motivos se dividiram entre lazer, compras pessoais, religião, tratamento de saúde e bem-estar, visita a parentes e a amigos, eventos familiares e outros (inclui cruzeiros, cursos, estudos e congressos).

No período analisado, 30,6% das viagens por motivo pessoal ocorreram em visita a parentes, 29,2% para tratamento de saúde e bem-estar, 17,1% em busca de laser. Essa penúltima categoria inclui viagens para consultas médicas, internações para tratamentos ou cirurgias, atendimento psicológico, assim como viagens turísticas que visam à diminuição dos níveis de estresse como spas, centros termais ou retiros.

Como principal local de hospedagem, a casa de amigos ou parente superou as demais modalidades, representando 64% dentre as alternativas. Em segundo lugar ficou a opção hotel ou flat (19,4%), na terceira colocação está o imóvel próprio (2,5%). As pousadas não apresentam participação elevada, entretanto, na análise regional, por exemplo, o Rio de Janeiro alcançou (10%). Nas demais Unidades da Federação esta participação foi pouco relevante.

Os resultados sobre o principal meio de transporte utilizado na viagem apresentaram o carro particular ou de empresa (28%), seguido por avião (21%) e o ônibus de linha (14,4%) como as modalidades mais utilizadas no deslocamento. Se, por um lado, as viagens com finalidade pessoal não tiveram forte participação do avião como principal meio de transporte, por outro lado, as viagens profissionais apresentaram importante uso desta categoria.

Os meios de transporte podem variar de acordo com o destino da viagem e a renda do domicílio do viajante. É possível observar que a utilização do avião como principal transporte aumenta sua participação à medida que aumenta o rendimento domiciliar. Em sentido contrário, a utilização do ônibus de linha diminui, à medida que aumenta o rendimento domiciliar. O carro particular foi o transporte mais presente nas viagens de todas as classes de rendimento, exceto a mais baixa, cujo principal meio de transporte foi o ônibus de linha.

As Grandes Regiões mais visitadas no Brasil, captadas no 3º trimestre de 2019 foram a Região sudeste (39%), seguida pela Nordeste (27,8%), sul (16,5%), Centro-Oeste (8,4%) e Norte (7,9%). Estas regiões, que se destacaram como principais destinos, também foram importantes centros emissivos. De acordo com a relação origemdestino, em número de viagens, observa-se que a Região Sudeste caracterizou-se como centro eminentemente emissor, assim como a região Norte, enquanto nas Regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste predominou o turismo receptivo.

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